Em meio ao aumento de casos de covid-19 e à alta taxa de transmissão da doença na capital, o Governo do Distrito Federal (GDF) definiu que o retorno das escolas da rede pública de ensino às aulas será totalmente presencial. A data para o começo do ano letivo, publicada no Diário Oficial do DF de ontem, é o dia 14 de fevereiro. Para garantir a segurança das crianças e dos professores, o governo pretende reforçar a campanha da vacinação pediátrica em crianças de 5 a 11 anos, além de manter os protocolos sanitários.
Em coletiva de imprensa realizada ontem, o governador em exercício, Paco Britto, e os secretários da Casa Civil, Gustavo Rocha, da Saúde, general Pafiadache, e da Educação, Hélvia Paranaguá detalharam os protocolos do retorno escolar e as recomendações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), enviadas ao GDF na noite de terça-feira.
O documento emitido pelo MP solicita que a Secretaria de Educação adote providências para que as redes pública e privada de ensino retornem às aulas presenciais sem a exigência de comprovação da vacinação contra a covid-19 para os alunos. Também foi recomendado que não sejam instalados pontos de vacinação nas regionais de ensino, conforme era cogitado pela pasta.
Na coletiva, os representantes do GDF garantiram o recuo em relação à proposta dos pontos de vacinação para crianças nas regionais. "Essa recomendação não se atentou às peculiaridades que vivemos em relação a vacinação das crianças e sequer aguardou a análise do plano que seria apresentado, mas o GDF a adotará. A ideia de levar a vacinação para as regionais de ensino está suspensa", anunciou o secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha.
O secretário reforçou que a ideia era facilitar o procedimento — criando mais locais para os pais levarem os filhos para se vacinarem. "A procura pela vacina de crianças está aquém do que era esperado. Uma das formas da gente incentivar essa vacinação é facilitar o acesso", explica o secretário. O projeto idealizado previa a criação de uma estrutura específica nas regionais de ensino para a vacinação, com os médicos, enfermeiros e vacinadores e a presença de equipe do sistema educacional habilitados a esclarecer dúvidas dos pais com relação às vacinas.
Novo Plano
Ao acatar a recomendação do MPDFT, o GDF traçou um novo plano para alcançar mais crianças com a vacinação contra a covid-19. A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, confirmou a substituição das regionais pelas unidades básicas de saúde (UBSs) para uma ampla campanha de vacinação na semana anterior ao retorno das aulas. "Diante das recomendações do MPDFT, nós fizemos a substituição das regionais de ensino por algumas UBSs para que possamos atender na semana de 7 a 12 de fevereiro. Tem muita criança fora do DF e muita gente que ainda se encontra em viagem por conta das férias escolares, ressaltou a secretária.
O secretário de Saúde, General Pafiadache, destaca ser muito importante que as crianças se vacinem. "Nós vamos colocar as nossas unidades básicas de saúde dedicadas, na semana do dia 7 a 12 de fevereiro, a essa missão. Vacinar é fundamental", pontuou Pafiadache. O governador em exercício, Paco Britto, também avaliou a questão. "Esse plano que tinha sido desenvolvido não era para as salas de aulas e sim para as regionais de ensino. Não era obrigatório, como não será obrigatório nas UBSs", comentou Paco.
Normas
Segundo a secretária de Educação, as aulas presenciais na rede pública vão seguir os mesmos protocolos adotados no ano passado, quando também estavam no modelo presencial. "Os profissionais da educação já estão imunizados e as crianças, agora, com essa campanha. Nas escolas, o protocolo de segurança permanecerá absolutamente igual, com o uso de máscaras, verificação da temperatura corporal ao ingressar na escola e álcool em gel. A criança na escola é acostumada a cumprir as normas", detalha Hélvia.
Em entrevista ao Correio, o presidente da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa), Alexandre Veloso, destaca que os pais são a favor da vacina para as crianças, "desde que seja uma decisão da família, e que não seja imposta nenhuma restrição à matrícula e frequência às aulas de alunos que não tenham sido vacinados", destaca.
Alexandre acredita que as escolas deveriam continuar gravando as aulas para que os alunos que não possam frequentar em virtude de ter contraído a covid-19 tenham como acompanhar. "Que seja garantido aos alunos que tenham que se afastar por quarentena, o direito de uma reposição real do conteúdo desse período perdido", pontua.
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