Aos 70 anos, o cearense José Venâncio Fernandes tem prazer em contar que trabalhou a maior parte da vida na mesma empresa. Há 40 anos, ele é um dos colaboradores do Conjunto Nacional. Ele e o shopping construíram juntos uma história de superação, crescimento e sucesso. Quatro décadas depois seu Venâncio coleciona memórias e muita gratidão.
A mudança para Brasília em busca de trabalho e de uma vida melhor para a família aconteceu quando ele tinha apenas 19 anos. Venâncio logo começou a trabalhar em uma empresa, como auxiliar de serviços gerais. Em apenas seis meses, foi promovido, e passou a trabalhar como bombeiro hidráulico. Permaneceu por 10 anos naquele trabalho, até que a empresa fechou. "Quando eu saí, um amigo me disse que tinha uma vaga no Conjunto Nacional e fui lá entregar o currículo", recorda.
Carreira
No shopping, ele conseguiu a vaga como bombeiro hidráulico, depois se tornou supervisor do setor e logo foi para a gestão de manutenção, onde está até hoje. "Minha vida é uma história de sucesso, como a do Conjunto Nacional. Aqui, foi onde tudo começou. Cresci junto com o Conjunto. Juntos temos uma história de conquistas. E é uma grande alegria trabalhar numa empresa e ter a carreira que eu tenho."
Quatro décadas depois, ele resume sua trajetória em alegria e gratidão. "Sou grato por trabalhar numa empresa onde pude gerar o sustento para meus quatro filhos. Daqui consegui tudo para eles. Minha filha caçula já tem 33 anos e é dentista. Tudo fruto do meu trabalho", conta. Ele brinca que o trabalho no shopping pode ser considerado negócio de família, já que um outro filho também trabalha no Conjunto há 27 anos.
Apaixonado pelo trabalho, seu Venâncio afirma que todo dia é como se fosse o primeiro. "Cada dia tem coisas diferentes acontecendo. Eu tenho prazer em trabalhar em uma empresa que reconhece seu esforço em tudo que você faz. Aí você não se acomoda, está sempre criando e procurando crescer, sendo criativo", diz seu Venâncio.
O tratamento igualitário entre os funcionários é uma das maiores virtudes da empresa, segundo seu Venâncio. "Ninguém acha que é melhor que ninguém na hora de trabalhar. Isso fez a empresa chegar onde chegou hoje", afirma. Orgulhoso, ele conta ainda que foi convidado para conhecer a sede da rede no Rio de Janeiro. "Os diretores me ligaram, me convidaram para jantar lá. Isso faz a diferença. Assim como eu sou grato por tudo que vivi aqui, eles também são gratos pelo meu trabalho."
Primeiro dia
Apesar de ter começado a trabalhar na empresa quando o Conjunto já tinha 10 anos, seu Venâncio participa da história do shopping desde o primeiro dia. "No dia da inauguração, eu trabalhava aqui perto e vim participar. Foi um evento lindo! Tinha até um elefante numa carreta", recorda. Mal ele sabia, que em alguns anos passaria a viver a maior parte do dia entre as paredes e corredores daquele empreendimento.
"Meu primeiro dia de trabalho foi muito emocionante. Quando soube que tinha sido aprovado na entrevista eu contei que nunca poderia imaginar que após 10 anos estaria aqui, trabalhando num lugar que tanto admirava. Para mim, foi um grande presente", conta. Para seu Venâncio, é como se o shopping fosse dele. Por isso o trata com tanto carinho. "Ninguém precisa dizer o que eu tenho que fazer. Eu sei exatamente quais são minhas tarefas e tento me superar todos os dias porque o Conjunto Nacional, há 50 anos, se supera todos os dias. Eu e o Conjunto fazemos um trabalho de superação diário", filosofa.
O Conjunto hoje tem um lugar de destaque na trajetória de seu Venâncio. "Tenho um carinho enorme e um lugar importante na minha vida para o Conjunto. Para mim e minha família é muito especial. É uma história bonita, onde conquistei tudo que tenho hoje. O melhor de tudo é que meus filhos têm a mesma gratidão que eu e reconhecem minha história de crescimento aqui", conta.
Inserido na memória afetiva do brasiliense, o shopping comemorou 50 anos de existência no final do ano passado. É um dos marcos da construção e cartão postal da cidade. Sua fachada foi idealizada pelo artista plástico Athos Bulcão e pode ser vista a quilômetros de distância. Hoje o Conjunto faz parte do projeto do Plano Piloto, tombado pela UNESCO como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.
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