O ensino bilíngue oferecido em português e inglês não fica restrito à aprendizagem da criança e impulsiona os estudantes na aquisição de ferramentas sociais e profissionais. É o que defendem Áurea Bartoli e Cristina Albernaz, diretoras da escola canadense Maple Bear. Em live promovida pelo Correio, as educadoras destacaram à repórter Carmem Souza as vantagens do ensino em duas línguas. A transmissão fez parte do especial elaborado pelo jornal para ajudar pais e responsáveis na escolha das escolas na volta às aulas de 2022. A edição especial contará, ainda, com reportagens sobre o tema no próximo domingo, na Revista do Correio.
À frente da unidade do Sudoeste, Áurea Bartoli acredita que as fronteiras do espaço de sistematização de informações que a escola representa são expandidas pelo ensino bilíngue. "As famílias relatam que as crianças ensinam em casa o que aprendem em inglês na escola. O aluno que recebe educação bilíngue acaba proporcionando esse conhecimento também para a família", afirma a diretora.
As vantagens da metodologia incluem, também, aspectos sociais. Responsável pela unidade da Maple Bear da Asa Norte, Cristina Albernaz ressalta que o bilinguismo instiga o pensamento crítico dos alunos. "Dá uma visão de mundo mais ampla, com facilidade para resolver problemas e apresentar várias soluções, sem o bloqueio que muitas crianças podem ter", observa.
Para Cristina, a amplitude cultural do bilinguismo não é oferecida apenas pelos conteúdos. "Os alunos vivenciam culturas de outros países, porque temos muitas crianças de outras nações, então, eles crescem em um ambiente muito rico", explica a diretora, sem deixar de citar que a língua portuguesa não é negligenciada pelo ensino bilíngue. "O aluno estará em uma escola brasileira e bilíngue, e uma característica enriquece a outra. A língua-alvo, o inglês, é aditiva à língua materna, que dá fundamento para que o inglês se desenvolva. Uma puxa a outra, e as duas são importantes", destaca a educadora.
Formação
A trajetória profissional do estudante também é positivamente afetada quando há exposição à educação bilíngue. Áurea destaca que a globalização tem participado, cada vez mais, da formação dos indivíduos. "A barreira da língua está sendo quebrada — quando não é pelo conhecimento, é quebrada por meio da tecnologia. Esta geração não vai concorrer (no mercado de trabalho) apenas com as pessoas do DF ou do Brasil, mas com cidadãos do mundo", reflete a educadora.
Áurea afirma, porém, que a educação bilíngue não se restringe à preparação para morar ou estudar fora. "Quando favorecemos uma segunda língua no país e enriquecemos esse multiculturalismo, abrimos as nossas fronteiras para receber outras pessoas e outros mercados, incentivando o crescimento do Brasil. (Bilinguismo) não é, necessariamente, preparar o filho para ir embora do país, mas para ser um bom profissional também no Brasil. Sabemos da necessidade de mão de obra qualificada", completa a diretora.
Metodologia
A Maple Bear usa o método canadense de ensino. "Estamos no Brasil, em uma escola brasileira, atendendo ao currículo brasileiro e usando uma metodologia de educação bilíngue. A metodologia canadense coloca o aluno no centro do processo educacional, com muito trabalho de leitura em português e inglês", afirma Áurea. Cristina explica que a estrutura física da escola é pensada para priorizar a experiência dos estudantes.
"Começando pela formatação das salas de aula. A organização dá autonomia para que os alunos coloquem a 'mão na massa', experimentando, na prática, o que estão aprendendo. O professor tem o momento do 'eu faço', seguido de 'vocês fazem'. Depois, os estudantes fazem sozinhos, com a possibilidade de concretizar os conteúdos por meio da língua-alvo, o inglês", conclui Cristina.
Para crianças de 1 a 3 anos, a Maple Bear oferece 100% da carga horária em inglês. Dos 4 aos 10 anos, a divisão entre o ensino em português e em inglês é 50%-50%, De 11 a 17 anos, 30% da carga horária é ofertada em língua inglesa.
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