O tema da redação da edição de 2021 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para os presidiários do Distrito Federal foi "Reconhecimento da Contribuição das Mulheres nas Ciências da Saúde no Brasil”. A informação foi confirmada ao Correio pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape).
O exame foi aplicado em dois domingos – em 9 e 16 de janeiro. No primeiro dia de avaliação, 998 reeducandos fizeram o exame, onde foi aplicada a redação, enquanto no segundo dia de aplicação, 1.019 presos realizaram o exame. Aproximadamente, 1,5 mil detentos em processo de reeducação estavam inscritos na edição. Em todo o país, mais de 54,2 mil foram os candidatos.
De acordo com a Seape, todos os protocolos foram adotados para que a segurança dos candidatos fosse preservada. Houve reforço do policiamento das unidades de plantão, dos Núcleos de ensino, da Gerência de Saúde, da Gerência de Políticas Penitenciárias da Diretoria de Inteligência Penitenciária (DIP) e da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE). Pela primeira vez, quem cuidou da organização do exame foi a própria secretaria.
Ao todo, 92 colaboradores vinculados à Fundação Getúlio Vargas (FGV) trabalharam nos dois dias de realização dos exames para pessoas privadas de liberdade (PLL) das unidades prisionais do DF. Segundo a secretaria, todas as diretrizes mencionadas pelo Ministério da Educação (MEC) foram seguidas nas unidades prisionais que aplicaram o exame.
Prova
Os participantes do exame de 2021 deveriam produzir um texto em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo, com uma proposta de intervenção ao problema apresentado. Os participantes deveriam chegar às 13h nos locais de aplicação nos presídios, tendo cinco horas e trinta minutos para a realização das provas nos dois dias.
Para a professora Bruna Lima, do Português Pragmático, o assunto escolhido para redação do Enem aos presidiários é um assunto de extrema relevância, mas que requer argumentos de sustentação. “Tema importante para nós enquanto sociedade machista, ainda mais diante do atual contexto. Exige conhecimentos e discussões que o grupo em questão pode não ter acesso. Acredito que há um desafio muito maior por parte dos reeducandos para conseguir atender às competências exigidas pela prova, especialmente para criar argumentos que sustentem opiniões relevantes sobre o tema”, diz.
Estagiário sob a supervisão de Layrce de Lima
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