Sargento da FAB é preso após atirar para o alto em bar de Taguatinga Sul

Militar teria efetuado disparos após tentar sair do estabelecimento e não conseguir entrar no próprio carro. Em nota, Força Aérea Brasileira destacou que envolvimento de integrantes da instituição em práticas ilícitas é "inaceitável"

Pablo Giovanni*

postado em 11/01/2022 19:55 / atualizado em 11/01/2022 19:58

Pistola e balas apreendidas com Hudson de Oliveira - (crédito: PMDF/Divulgação)

Um sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) foi preso em um bar na QSC 19 de Taguatinga Sul, após atirar diversas vezes para o alto. Assustados, moradores denunciaram o militar por acreditarem se tratar de uma briga entre vizinhos. Hudson de Oliveira Neres, 40 anos, foi detido e levado para a 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro), onde teve a arma apreendida. Com ele, os agentes também encontraram uma porção de cocaína.

O caso ocorreu no domingo (9/1). Policiais militares do Grupo Tático Operacional do 2º Batalhão (Gtop 22) atenderam a ocorrência e detalharam que o sargento se identificou quando abordado pela equipe, dizendo estar armado. Hudson apresentava sinais de embriaguez e carregava uma pistola calibre .38, com 14 balas intactas. 

O sargento acrescentou que estava com uma garota de programa e assumiu ter consumido álcool e outras drogas, pois era "usuário", como afirmou à polícia. Os disparos para o alto ocorreram depois de o militar não conseguir deixar o estabelecimento, porque alguém teria mexido no carro dele, e o veículo parou de funcionar. 

A responsável pelo estabelecimento confirmou que Hudson consumiu drogas e que teria ficado "doidão", segundo declarou à Polícia Militar. No endereço, os PMs encontraram quatro mulheres — uma delas de 15 anos. Na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) 2, a jovem disse que aquele era o primeiro dia de trabalho dela no bar.

Sem localizar os pais da adolescente, os policiais liberaram-na para ficar sob guarda da dona do espaço, que é investigado como uma possível casa de prostituição.

Depois de ter a arma apreendida, Hudson foi liberado pela Polícia Civil. A FAB informou que colabora com as autoridades nas apurações e ressaltou que "desvios de conduta do efetivo são investigados, e os responsáveis, de forma proporcional, rigorosamente punidos".

"É inaceitável o envolvimento de qualquer um de seus membros com qualquer tipo de prática ilícita, maculando a imagem da labuta de todos os seus integrantes. O Comando da Aeronáutica atua firmemente para coibir irregularidades e reitera o seu repúdio a condutas que não representam os valores diuturnamente cultuados em suas fileiras com vistas ao cumprimento de sua missão institucional", comunicou a Força Aérea, em nota.

A reportagem não conseguiu contato com Hudson de Oliveira. No entanto, este espaço segue disponível para manifestação do sargento.

*Estagiário sob a supervisão de Jéssica Eufrásio