Nesta segunda-feira (10/1), após dias de agonia e desespero, moradores do prédio que tombou em Taguatinga Sul têm a expectativa de recuperar bens como fotos, documentos, dinheiro, eletrodomésticos, calçados e roupas que foram obrigados a deixar para trás. Localizado na QSE Área Especial 20, o edifício desabou parcialmente na última quinta-feira (6/1), e as pessoas que viviam nos 24 apartamentos tiveram que evacuar o local às pressas, pois havia o risco de queda total.
Segundo a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), com o apoio de engenheiros da Universidade de Brasília (UnB) e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do DF (Crea-DF), os especialistas observaram e mapearam o prédio por 72 horas, com objetivo de elaborar um parecer técnico sobre os riscos que a estrutura apresenta.
Se for seguro, a corporação e a Defesa Civil entrarão no prédio para recuperar bens materiais que sejam leves e fácies de carregar. Os topógrafos da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e de uma empresa particular contratada pelo proprietário do local pretendem divulgar uma análise nesta segunda-feira. A situação precária da estrutura fez com que dois edifícios vizinhos também fossem interditados. Um deles não está comprometido.
Na manhã de domingo (9/1), órgãos fiscalizadores fizeram a retirada de alguns objetos de pessoas que vivem no prédio vizinho ao que desabou. Após avaliação, o tenente-coronel Jeann do Corpo de Bombeiros explicou ao Correio que a estrutura continua em observação e que nenhum morador está liberado para entrar. "Não autorizamos a volta das pessoas para a edificação, somente a retirada de pertences pequenos como violão, televisores, roupas, documentos e outros", disse o militar.
Animais de estimação
"O lema do Corpo de Bombeiros é: vidas alheias e riquezas salvar. Nós precisamos salvar vidas, sejam elas humanas ou de pets, cada um tem sua importância para a corporação", ressalta o tenente Jeann. Domingo, os militares encontraram um jeito de resgatar o coelho Nick e a cadela Bibi. Os dois animais estavam presos há quatro dias no prédio sem água, comida e longe dos tutores.
Aos prantos, Larissa Gonçalves entendeu o que é ser "mãe de pet" ao reencontrar com o coelho Nick. "Ele é meu companheiro, eu sempre quis ter um animal diferente de todo mundo. Eu peguei tanto amor por ele, que você não tem noção. Ele estava há quatro dias sem beber água e comer ração. Minha amiga falou que ele tava morto, mas olha ele aqui, que felicidade, gente", celebra a moradora do prédio que ruiu.
Os militares subiram ao segundo andar da edificação para resgatar a cadela Bibi. Na manhã de sábado, Francisco das Chagas gritava em frente a janela do apartamento que morava para ver se o animal dava sinal de vida. Quando Bibi apareceu, o tutor ficou eufórico e desejou entrar no prédio de qualquer maneira. Ele tem mais dois cães que foram resgatados no sábado. "Eu amo meus bichos", frisa Francisco.
Prazo
Nesta segunda-feira, se encerraria o prazo que o responsável pelo prédio deu para os moradores ficarem em um hotel, no Pistão Sul. Por meio de nota, foi comunicado que ele estenderá até quarta-feira, onde será realizada nova avaliação da estrutura. Se a situação permanecer estável, uma empresa especializada vai retirar os pertences das pessoas que viviam no local, mas isso depende da autorização da Defesa Civil. Até o momento, o prédio sofreu 1cm de movimentação.
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