Com lágrimas nos olhos, Yurubi González, 41 anos, descreve a dor que sentiu ao receber a notícia do Corpo de Bombeiros de que precisaria sair imediatamente do prédio onde morava com os dois filhos e o marido. O edifício desabou, na tarde desta quinta-feira (6/1), na Área Especial 20,de Taguatinga Sul. Venezuelana, a engenheira viu os sonhos indo embora. Agora, se abriga com a família em uma casa, em Samambaia.
Yurubi chegou no Brasil em 5 de dezembro em busca de melhor qualidade de vida. Ela, o marido e os filhos se mudaram em 22 de dezembro para o prédio de Taguatinga, graças à ajuda de um amigo. "Sou engenheira, meu filho é químico e meu marido é técnico. Viemos para estudar, procurar um trabalho melhor. A situação na Venezuela é caótica e não tínhamos outra opção", desabafou.
A venezuela fechou o contrato e alugou um apartamento de três quartos, em que pagaria R$ 1 mil por mês. No pouco tempo que ficou no imóvel, ela conta que não reparou em qualquer problema ou rachadura. "Para mim, estava tudo normal. Não sabia desse risco tão grande, que poderia ter nos custado a vida", disse.
Desabamento
No dia do incidente, Yurubi estava em casa, quando ouviu alguém batendo à porta: eram os militares do Corpo de Bombeiros avisando que ela e a família precisariam sair imediatamente do apartamento, pois o prédio corria sério risco de desabar.
"Preocupação e dor. Senti muita dor sentimental. Era um sonho indo embora. Pensei: 'vou começar tudo do zero'. Achei que poderia ser uma simulação dos bombeiros, mas era um pesadelo real", lamentou Yurubi. Ela, os filhos e o marido alugaram uma casa em Samambaia. "Não sabemos o que vai acontecer agora."
O prédio residencial e comercial desabou na tarde desta quinta-feira (6/1). Apesar de nenhum morador ter se ferido, cerca de 13 animais, sendo 10 gatos e três cachorros, morreram durante o desabamento. No local, viviam em torno de 100 pessoas que precisaram evacuar o local às pressas e deixaram para trás todos os pertences.
Os moradores foram levados, no início da noite desta quinta (6/01) para um hotel no Pistão Sul, em Taguatinga. Lá, ficarão hospedados até segunda-feira (10/1), com os custos das diárias pagos pela filha do dono do prédio que desabou.
Segundo o coronel Deuzete Vieira, da Defesa Civil, o trabalho, agora, é verificar a estrutura para que os engenheiros tenham embasamento suficiente para nortear o que será feito daqui em diante. "Possivelmente teremos um laudo segunda-feira. Tudo isso vai ser avaliado. É um trabalho criterioso para nos fornecer na tomada de decisões", frisou.
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