Enquanto a volta às aulas, prevista para 14 de fevereiro, não chega, crianças e jovens se divertem no período de férias escolares. As opções, ao lado de amigos e familiares, são os mais diversos e, em dias de sol, um mergulho no Lago Paranoá ou um banho de piscina são convidativos. Contudo, a diversão exige cuidados essenciais por parte dos responsáveis, para que um momento de lazer não se transforme em tragédia com um afogamento. O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal alerta que a atenção deve ser redobrada com os mais jovens. "Os pais precisam ensinar as crianças a não correr, empurrar, pular em outras crianças. Muitos casos estão acontecendo assim, principalmente, em locais como piscina, rio, mar ou lago", orienta o aspirante a oficial Aguiar.
Em 2022, o primeiro afogamento de uma pessoa na capital federal foi de uma criança de dois anos, em um condomínio no Lago Sul. Segundo os militares que atenderam a ocorrência, no dia 3, ela estava na piscina de casa e, apesar dos procedimentos de reanimação, acabou não resistindo e falecendo no local. "O caso foi registrado como afogamento. A investigação está em andamento, infelizmente não podemos dar mais informações", afirmou o delegado Achilles Benedito, da 6ª Delegacia de Polícia do Paranoá.
O último levantamento disponibilizado pelo Corpo de Bombeiros sobre afogamentos é de 2020 e aponta que muitos dos casos acontecem justamente em piscinas, onde foram contabilizados 21 de 54 registros.
Números
Em 2020, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) atendeu 54 casos de afogamento no Distrito Federal, sendo 39% de casos de crianças de 1 a 12 anos. Em relação aos adolescentes, de 13 a 17 anos, foram 11% dos incidentes. De acordo com o aspirante, em sua grande maioria, os casos de afogamento ocorrem de maneira rápida e silenciosa, e normalmente nos deslizes de quem deveria supervisionar: os responsáveis por cada criança/adolescente. "A presença de brinquedos nas bordas das piscinas, quando os pequenos tentam pegá-los, também são predominantes em ocorrências de afogamento", conclui.
Os incidentes não se restringem somente a crianças. Segundo levantamento do Corpo de Bombeiros, ao lado dos casos de crianças de 1 a 12 anos, pessoas com 18 anos ou mais dividem a liderança com 39%, sendo casos de afogamentos com óbitos em sua grande maioria em homens, com 90%. "Não superestime a habilidade de nadar, seja de um adulto ou de uma criança", diz.
Casos no Lago Paranoá, por exemplo, cresceram no comparativo de 2019 a 2020, com 19 e 21, respectivamente. "Brincadeiras com cordas ou quaisquer outros objetos aumentam o risco de afogamento, seja no Lago Paranoá, lagoas ou piscinas", diz o aspirante. Ao lado de casos em piscinas, o Lago Paranoá também é o local onde mais foram registrados casos de afogamento no DF, segundo último levantamento. "As pessoas não usam colete salva-vidas, nadam sozinhas, ingerem bebidas alcoólicas. Superestimam sua capacidade de nadar. Atividades no lago, inclusive, deviam ser sempre praticadas com atenção e segurança, mas na prática não é assim", lamenta.
Pandemia
Além da preocupação com a crise sanitária ocorrida pela covid-19, no período de julho a setembro do ano passado — meses mais calor —, o Corpo de Bombeiros atendeu, ao menos, duas ocorrências de afogamento, com 50% de êxito. No fim de agosto, uma criança de 2 anos se afogou no Paranoá por volta das 12h13, sendo atendida e levada ao Hospital de Base e, após sofrer uma parada cardiorrespiratória, felizmente, foi salva.
Em 19 de setembro, uma outra família não teve a mesma sorte. Após os responsáveis encontrarem a menina de 2 anos inconsciente na piscina da casa, no Condomínio Agrícola de Ceilândia. A criança morreu no hospital após 30 minutos de tentativas de reanimação pelos plantonistas da unidade.
O aspirante a oficial Aguiar, do Corpo de Bombeiros, aconselha que os pais e familiares sempre fiquem atentos com os pequenos em locais de banho e, de preferência, que eles estejam sempre acompanhados de um adulto que saiba nadar. "Nunca deixe crianças sozinhas quando estiverem dentro ou próximas da água. Crianças pequenas podem se afogar em qualquer recipiente com mais de 2,5 cm de água ou outros líquidos", alerta.
Estagiário sob a supervisão de Juliana Oliveira*
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