Cultura

Sala Martins Pena será reformada ainda no primeiro semestre de 2022

Ibaneis Rocha afirma que edital de reforma do Teatro Nacional Claudio Santoro, fechado há oito anos, está em fase final de elaboração pela Secretaria de Cultura em conjunto com a Novacap; recursos virão do orçamento local

Renata Nagashima
postado em 07/01/2022 06:00
 (crédito: Minervino Júnior/CB/DA.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/DA.Press)

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), antecipou ontem que a reforma do Teatro Nacional Claudio Santoro, fechado há 8 anos, deve começar ainda no 1º semestre de 2022. "Vamos começar as obras para reabrir o Teatro Nacional Cláudio Santoro. Desde o 1º dia do nosso governo estamos resolvendo pendências deixadas por um projeto de reforma, buscando até mesmo financiamento externo", disse o governador, por meio de sua rede social.

O Teatro Nacional foi fechado em janeiro de 2014, após recomendações do Corpo de Bombeiros (CBMDF) e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por estar em desacordo com as normas de segurança e acessibilidade. Segundo Ibaneis Rocha, o edital para a primeira etapa das obras, que será a reforma da sala Martins Pena, está sendo concluído para que o trabalho comece o mais breve possível. "Brasília terá de volta um de seus monumentos mais bonitos, palco de apresentações históricas", completou.

De acordo com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF, os termos do edital para contratação da empresa que será responsável pela realização das obras de restauração do Teatro Nacional estão sendo elaborados em conjunto com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Segundo a pasta, os recursos são do próprio Governo do Distrito Federal (GDF).

Por meio de nota, a secretaria informou que a decisão de utilizar verba do GDF foi tomada após a constatação de que não haveria tempo hábil para utilização dos recursos previstos pelo Fundo de Direitos Difusos (FDD) para o exercício de 2022 e as obras poderiam sofrer atrasos. "A relevância desse equipamento público justifica essa ação imediata. Nesse sentido, a Secretaria de Cultura solicitou, em 29 de dezembro de 2021, o distrato com a Caixa Econômica Federal para o repasse de R$ 33 milhões do FDD", informou a secretaria no texto.

A pasta acrescentou que a reforma da sala Martins Pena seguirá sob a égide do orçamento direto, mas sem descartar outras fontes de financiamento que possam ser agregadas ao longo das obras. Outras dependências do teatro, como as salas Villa Lobos, e Alberto Nepomuceno, o Foyer e o terraço Dercy Gonçalves também devem passar por obras em breve. Somente após todas as reformas, o Teatro Nacional será reaberto e entregue a população do DF.

Prestígio

Grandes nomes da música, da dança e do teatro já se apresentaram no Teatro Nacional Claudio Santoro. Dentre esses, se destacam Mercedes Sosa, Astor Piazzola, Yma Sumac, os balés russos Bolshoi e Kirov, o balé da Ópera de Paris, e, entre os brasileiros, Paulo Autran, Fernanda Montenegro, Dulcina de Moraes, Glauce Rocha, Ziembinski, Márcia Haydée, Márika Gidali e o balé Stagium, Grupo Corpo, João Gilberto, Caetano Veloso, Maria Bethânia e praticamente todos os principais nomes da música popular brasileira.

O Teatro Nacional foi projetado em 1958 por Oscar Niemeyer, com colaboração do pintor e cenógrafo Aldo Calvo, para ser o principal equipamento cultural da nova capital do Brasil. Chamado inicialmente de Teatro Nacional de Brasília, a partir de 1989 passou a se chamar oficialmente Teatro Nacional Claudio Santoro, em homenagem ao maestro e compositor que fundou a orquestra do teatro em 1979 e dirigiu-a até sua morte em 1989.

Localizado no Setor Cultural Norte, próximo à Rodoviária, é um marco do Eixo Monumental e o principal equipamento cultural de Brasília. O prédio tem a forma geométrica de uma pirâmide sem ápice. Sua área externa é revestida por um painel formado de blocos de concreto nas fachadas laterais, criado por Athos Bulcão em 1966. O painel é o maior exemplar de uma obra de arte integrada a uma edificação no Brasil, medindo 125 metros na base maior por 27 metros de altura. Segundo Athos, essa era a sua obra favorita.

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