Acolhimento

Casa de acolhimento de famílias indígenas no DF já atendeu 250 pessoas

Nova casa, localizada em Sobradinho, completa um mês de funcionamento nos próximos dias. O projeto visa atender famílias que estão sem água e conta com a parceria da Universidade de Brasília

Pablo Giovanni*
postado em 05/01/2022 20:54 / atualizado em 05/01/2022 22:48
 (crédito: CARL DE SOUZA)
(crédito: CARL DE SOUZA)

A primeira casa de acolhimento para famílias indígenas em emergência sanitária atendeu, até o momento, 250 pessoas no Distrito Federal. Inaugurada em 9 de dezembro, a casa está completando um mês de atendimento à famílias que estão sem água. Localizada no território protegido do Recanto dos Encantados, em Sobradinho, o projeto conta com a parceria da Universidade de Brasília (UnB).

Segundo o líder indígena Júnior Xukurú, da Articulação dos Povos Originários Indígenas, a parceria com a universidade amplia a iniciativa de preservação da água. “Junto com a UnB e demais parceiros, estamos fazendo um ótimo trabalho em defesa da água e da humanidade. Água é vida”, comemora. Para a cerimônia de inauguração, foi doado um filtro simbólico e 50 litros de água da Serrinha do Paranoá. “A ideia é chamar a atenção para a necessidade de se preservar nascentes e córregos que abastecem o DF e para a importância da formação desta rede de solidariedade”, diz a universidade, em comunicado.

Entenda o projeto

O projeto denominado "Vida & água para Aris", foi lançado pela Universidade de Brasília (UnB) para garantir a populações em vulnerabilidade social o acesso à água potável. Durante a inauguração no último mês, outra casa, na Escola Classe 66 do Sol Nascente, foi aberta para o projeto.

A professora aposentada da Faculdade de Educação e coordenadora do projeto, Maria Luiza Pinho, salientou que a escola é uma importante base de ação social, já que permite aos professores conhecerem a realidade em que os alunos e pais vivem. “Simbolicamente é casa, mas na verdade é o chão da escola. E é no chão da ação que a gente cresce e se transforma coletivamente”, diz. Antes das duas casas, outras cinco casas foram inauguradas, sendo a primeira delas, em 2020, na Estrutural. As demais em Santa Maria, Sobradinho, Itapoã e Vale do Amanhecer.

O professor do Instituto de Ciências Humanas e também coordenador do projeto, Perci Coelho, destacou que a iniciativa atende comunidades historicamente excluídas que vivem na periferia e no Entorno do Distrito Federal. “A depender do local onde você mora, a situação da covid é bem mais grave”, reitera. Segundo Perci, o projeto ajudou na aproximação e no fortalecimento dessas comunidades. “É uma forma de dar voz a populações desassistidas e fortalecer a luta por uma vida mais digna”, resume, durante a transmissão no YouTube.

200 mil pessoas sem acesso à água potável

Nas 39 áreas de relevante interesse social (Aris), vivem 200 mil pessoas que não têm acesso a água potável no DF. A situação se agravou durante a pandemia e, por isso, pesquisadores da UnB decidiram se unir e lançaram, em março de 2020, o projeto "Vida & água para Aris", com parceria de movimentos sociais.

Dez comissões multidisciplinares foram criadas para tratar de diferentes temas como saúde coletiva, política urbana e questões socioambientais dentro do contexto da Aris. Para viabilizar o financiamento de projetos de pesquisa, extensão e inovação da UnB para o combate à covid-19, a universidade criou um fundo para arrecadação de doações ao lado da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), um fundo para arrecadar doações. 

 

*Estagiário sob a supervisão de Layrce de Lima

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