Volta de viagem, preocupação de infecção no trabalho e sintomas graves. Esses e outro motivos levaram diversas pessoas, nessa quarta-feira (5/1), ao posto de testagem da covid-19 na Rodoviária do Plano Piloto. O local, montado há uma semana em parceria com o Sesc, conta com um dos 2,9 mil testes rápidos disponibilizados pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES). Ao todo, a rede pública tem 16,5 mil unidades de exames para detecção do novo coronavírus. Segundo a pasta, 13,6 mil são do tipo RT-PCR, os chamados testes moleculares. De acordo com a secretaria, entre segunda (3/1) e terça-feira (4/1), foram realizados 1.563 testes. Destes, 325 deram positivo, o que representa 21% dos exames.
Morador do Guará 2, o servidor público Paulo Henrique Vieira Soares, 30 anos, fez o teste no posto da Rodoviária, porque apresentava sintomas de uma gripe forte, há cerca de uma semana, quando voltou de uma viagem a São Paulo. Ele criticou a falta de planejamento da Secretaria de Saúde no local. "É um mini-posto para atender a um grupo. Aqui, não há condições de atender uma população inteira", protesta.
Uma das pessoas que procurou o atendimento foi a enfermeira Mariana Jesus Pereira, 24, moradora de São Sebastião, que também reclamou do espaço pequeno para atender à população na área central de Brasília. "Poderiam, pelo menos, ter colocado mais pessoas trabalhando pela demanda de serviços", sugere. Ela buscou o teste em laboratórios privados, mas relatou que os estabelecimentos também estavam cheios. "Fui em um na Asa Sul, que estava muito caro, com um teste por cerca de R$ 350", afirma.
Atendente de uma loja de roupas na Rodoviária, Cleudinice Lacerda, 49, confessa ter medo de se infectar com o vírus devido ao posto de testagem ser em um local de grande movimentação. "O pessoal sai tossindo, espirrando e ficam aqui perto da loja, em um corredor sem ventilação", descreve a comerciante.
A infectologista Joana D'arc Gonçalves alerta que mesmo pessoas vacinadas podem se infectar e transmitir o vírus. "Por isso que o teste é importante, para fazer o monitoramento de quem está infectado e até para questões de quarentena e isolamento social. É um teste estratégico para o controle, e isso prejudica tanto a questão de diagnóstico quanto o controle epidemiológico", avalia.
Diante dos casos das variantes ômicron do novo coronavírus e da H3N2, subtipo da influenza A, a especialista reforça a relevância da testagem. "Sintomas de influenza e de covid-19 são muito parecidos, mas se eu descarto a covid-19, já me direciona para o tratamento e a conduta terapêutica, o que faz do teste ser fundamental em vários aspectos", conclui a infectologista.
O presidente do Sindicato dos Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do Distrito Federal (Sindlab), Alexandre Bitencourt, assegura que as unidades particulares do DF têm estoque de testes. A Secretaria de Saúde informou, por meio de nota oficial, que, em função do cenário epidemiológico do Distrito Federal, a pasta avalia alternativas para maximizar a testagem e as medidas de prevenção, tanto à covid-19 quanto à influenza, bem como a possíveis variantes. "Essas informações serão divulgadas em breve", diz a SES-DF.
Locais para fazer o teste de covid-19
>> Rodoviária do Plano Piloto
Atendimento: segunda à sexta-feira, das 8h às 17h
Ponto de referência: próximo à escada rolante
>> Aeroporto de Brasília (exclusivo para passageiros que desembarcam)
Atendimento: segunda à sexta-feira, das 8h às 17h
Ponto de referência: próximo às esteiras com bagagens dos passageiros do desembarque nacional
>> UBS 1 da Asa Sul
Endereço: Quadra 612 Sul
Atendimento: segunda à sexta-feira das 7h às 19h; aos sábados das 7h às 12h
>> UBS 2 da Asa Norte
Endereço: entrequadras 114/115 Norte
Atendimento: segunda à sexta-feira, das 8h às 17h
*Colaborou Samara Schwingel
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