Tamanduás, cobras, capivaras e corujas são animais comuns em áreas do cerrado e, não raramente, são vistos perambulando por áreas urbanas. Na última segunda-feira, policiais militares resgataram três cobras-cipó do telhado de uma casa no Gama. Esse é um dos casos entre os muitos ocorridos nos últimos três anos. Em comparação com 2020, em 2021 houve aumento de 129% nos resgates e nas apreensões feitas pelo Batalhão de Policiamento Ambiental do Distrito Federal (BPMA-DF).
Segundo balanço do órgão, ao longo de 2021, foram 3.462 ocorrências, sendo 490 referentes a cobras e mais de mil a pássaros. Um total de 946 saruês também fazem parte da conta. De acordo com o comandante do BPMA, major Adelino José de Oliveira, a presença desses animais em grande quantidade se dá por causa do acúmulo de lixo em certas áreas, o que atrai os saruês para as áreas urbanas. "Todos foram resgatados, nenhum foi apreendido. Às vezes, eles se aproximam de centros urbanos em busca de alimento para si ou para os filhotes", explica.
Já as aves foram objeto de apreensão. Há um gosto estético pelos pássaros e esse seria um dos motivos para a maior quantidade deles nas ocorrências. "O canário é valioso, os apreciadores gostam muito do canto dele, além de ter uma coloração bonita. Eles também são muito usados em rinha", relata. O coleiro baiano, alvo de 188 ocorrências, também é capturado e tem grande presença no mercado ilegal.
Segundo Rodrigo Basílio, professor de biologia do Colégio Objetivo DF, isso vem ocorrendo com maior frequência devido ao avanço de áreas urbanas em locais que antes tinham maior presença de animais silvestres. "Na verdade, não são os animais que vão para as áreas urbanas, são os seres humanos que invadem as áreas selvagens, deixando os animais sem opção de nicho", explica.
O major Adelino Júnior destaca que a presença de reflete também na destruição do habitat dos animais, queimadas e acúmulo de lixo. Alguns cuidados devem ser tomados quando animais silvestres forem avistados. A Polícia Militar reforça que animais silvestres podem transmitir doenças e que não se deve tocá-los.
* Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel
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