As famílias que moram no Distrito Federal vivem a expectativa de vacinar suas crianças. Esta é uma notícia que traz esperança para 2022, que começou com tantas incertezas devido à confirmação da transmissão comunitária da ômicron, a nova cepa do coronavírus, além dos casos de Influenza A e seu subtipo, H3N2, aqui no DF.
A imunização de crianças com idade entre 5 e 11 anos foi confirmada nesta semana pelo governador Ibaneis Rocha. A previsão é que as doses comecem a ser aplicadas pela Secretaria de Saúde (SES-DF) no fim de janeiro. Segundo dados divulgados pela pasta, em Brasília, 2.175.088 pessoas já se vacinaram com a segunda dose ou dose única do imunizante até o momento. Além disso, 432.922 moradores do DF foram aos postos de saúde para tomar a dose de reforço. De acordo com o secretário de Saúde, general Manoel Pafiadache, o DF tem aproximadamente 268 mil moradores na faixa etária que será introduzida na campanha de vacinação.
Dados científicos
Em entrevista para o Correio, o pediatra e coordenador da UTI pediátrica do Hospital Santa Helena, Thallys Ramalho, disse que concorda com o início da vacinação de crianças entre 5 e 11 anos. Segundo o médico, existem estudos que foram analisados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para fazer a liberação dos imunizantes.
Ainda de acordo com o pediatra, os dados estão disponíveis em publicação recente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). No material divulgado pela SBP, as duas doses da vacina da Pfizer-Biontech aplicadas em crianças de 5 a 11 anos demonstraram eficácia de 90,7% para a prevenção da covid-19 com pelo menos sete dias após a aplicação da segunda dose, em um período de aproximadamente três meses. Os testes também não observaram eventos adversos graves associados à vacinação.
O médico alerta que a não vacinação das crianças pode aumentar o número de casos de covid-19 e, principalmente, de desfechos desfavoráveis (internações, complicações e/ou óbitos) em casos de coinfecção por outros vírus, como o da influenza e o vírus sincicial respiratório (VSR).
Thallys também ressalta que existe uma doença causada pelo vírus da covid-19 que é a Síndrome Inflamatória Multissistêmica (Misc). "A Misc é uma doença que causa febre, edema, manchas vermelhas pelo corpo e pode causar alterações hepáticas e cardíacas. Ela tem risco de óbito maior para as crianças e a vacinação delas pode ajudar na redução de casos da Misc", destaca o pediatra.
O médico afirma ainda que a vacinação contra o novo coronavírus é segura para as crianças e reforça: "o risco de reações adversas em uma criança que tomará a vacina contra a covid é menor quando comparado à criança que contraiu ou ainda pode contrair o vírus".
Ansiedade pela vacina
A vacinação contra a covid-19 é um momento aguardado pela maioria da população do DF e, com a liberação do imunizante para as crianças, a ansiedade toma conta das famílias que vivem na capital federal. Maria dos Santos Silva, 39 anos, moradora da Ceilândia, disse que pretende levar as filhas, Isabelle e Raphaella Silva, 7 e 10, respectivamente, para tomar o imunizante assim que ele estiver disponível.
Mãe de outras duas filhas, Maria também disse que a pandemia foi muito difícil para sua família. Ela conta que, logo nos primeiros meses, sua filha mais velha, 20 anos, foi infectada com a doença. "Foi um grande susto, pois tive que me afastar do trabalho para cuidar dela. Ela teve complicações nos pulmões, mas não precisou ser internada. A minha outra filha, de 16 anos, também pegou covid, mas nada grave", relata a dona de casa.
Assim como Maria, a vendedora Brenda Mazochi, 27, também vai levar o filho, Arthur Rocine Mazochi, 8, para se vacinar. Para Brenda, a liberação da vacina para crianças é importante. "Desta forma, o risco de contaminação diminui, principalmente nas escolas, que é onde elas passam a maior parte do ano. Sem a vacina, meu filho não podia ir para a escola, ver os colegas e os parentes, então ele sofreu muito na questão de ficar preso em casa ", conta.
Paula Giraldelle, 38, tem a mesma opinião. Para a psicóloga, que também pretende levar a filha Carolina Giraldelle — que completa 5 anos em janeiro — para vacinar contra a covid-19, a interrupção das aulas presenciais foi necessária, mas prejudicou muito as crianças por conta da drástica diminuição da socialização. "Elas têm que ser prioridade para que suas vidas também voltem ao mais próximo do normal o quanto antes", diz Paula.
A psicóloga conclui fazendo um apelo para todas as famílias do DF. "Vacinem suas crianças. Há décadas vacinamos nossos filhos e é por isso que tantas doenças graves foram erradicadas, como a pólio, o sarampo e a meningite. Sendo assim, não vejo por que questionar a da covid".
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