"Muitas vezes, fui a única mulher em uma sala de 15 ou 20 presidentes de empresas", confessa Lídia Abdalla, presidente do Grupo Sabin. Não que isso tenha se tornado obstáculo na trajetória que a levou de trainee a presidente em pouco mais de duas décadas. O que Lídia constata é a realidade global que ainda destina a maioria dos cargos de liderança aos homens.
Para ela, o investimento em capacitação e nos estudos a credenciou a subir os degraus. Soma-se a isso a cultura da organização, fundada por duas mulheres. No Sabin, 77% dos colaboradores e 74% das lideranças são mulheres. A empresa foca em programas de diversidade e inclusão.
Nesta entrevista ao Correio, Lídia Abdalla fala sobre a força da companhia. Revela como, em plena pandemia, a empresa cresceu 19%, investiu R$ 27 milhões, adquiriu outros laboratórios e clínicas e contratou 600 colaboradores só no DF em 2021.
Lídia explica que a pandemia acelerou os planos tecnológicos do grupo. "Além do investimento em novos canais de atendimento físico e digital, estamos trazendo novas soluções e inovações para o nosso parque tecnológico", observa.
Segundo ela, foi preciso muita serenidade para tomar decisões para promover, mesmo em uma pandemia, a saúde física, emocional de colaboradores e clientes e preservar o equilíbrio financeiro da empresa. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista.
Como foi percorrer os corredores de uma importante organização de trainee à presidência em 22 anos?
Cresci conforme a empresa foi crescendo. Entrei em 1999, no ano em que a empresa estava investindo nos seus primeiros selos de qualidades (ISO 9001), na área técnica. Depois, fui coordenadora técnica da área de imunologia bioquímica e endocrinologia. Fiz mestrado na área de endocrinologia e ciências da saúde na UnB. O Sabin buscava abrir mais unidades e ter mais capilaridade no DF. Em 2003, me tornei gerente técnica e tinha na minha gerência todas as áreas de coleta nas unidades de atendimento ao cliente. Busquei novos aprendizados nas áreas administrativa, financeira e em gestão.
Quando ocorreu o grande salto?
Em 2005, o Sabin já era o 2º laboratório do DF e do mesmo tamanho do laboratório maior. Naquele momento, as fundadoras Janete Vaz e Sandra Soares Costa buscaram a Fundação Dom Cabral para trazer mais profissionalização para o grupo de gestores. Eu me aprofundei nas áreas administrativa e financeira. Em 2009, assumi a Superintendência Técnica, com a área de tecnologia da empresa. Em 2010, as fundadoras, com a Fundação Dom Cabral, desenvolveram um projeto de expansão geográfica. Eu liderei o processo com as fundadoras e duas outras superintendentes. Em 2012, iniciamos o crescimento para outras regiões do Brasil. Assumi a presidência do grupo em janeiro de 2014 com um time de diretores e com o desafio de fazer esse crescimento geográfico e também diversificar o negócio.
Outras inovações vieram desde então...
Implementamos o serviço de diagnóstico por imagem, imunização em todo o Brasil, check-up executivo, investimento em startups, inovação, investimento em atenção primária (Amparo Saúde). Em janeiro de 2022, completo oito anos na presidência da empresa. O Sabin é uma empresa de muitas oportunidades para quem tem vontade de crescer, de aprender e está aberto a mudanças. Valoriza as pessoas. São elas que estão no centro da estratégia. Se queremos ser bons líderes, precisamos ser boas pessoas. Ter sempre a humildade, a capacidade de saber que nunca sabemos tudo e que sempre podemos aprender coisas novas.
Quando você chegou a Brasília imaginava que ficaria por tanto tempo? Foi amor à primeira vista?
Sou natural de Alpinópolis (MG) e me formei no curso de Farmácia-Bioquímica pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) em 1998 e, no ano seguinte, 1999, vim para Brasília. Meu namorado na época, atual marido, já estava aqui e eu vim também por isso. Eu tinha muito claro que queria trabalhar com medicina laboratorial. Cheguei a atuar em drogaria, farmácia hospitalar, manipulação, mas sempre procurando uma oportunidade em análises clínicas. No segundo semestre de 1999, recebi a notícia de que tinha sido aprovada no processo de trainee do Sabin. Naquela época, a operação estava restrita à capital federal - com sete unidades em Brasília, 90 colaboradores e era o terceiro laboratório de Brasília.
Como conciliar a vida de executiva, mãe de adolescente e mulher? Você trabalha três turnos ou relaxa totalmente quando fecha a porta do escritório?
Claro que eu tive que abrir mão de tempo com a minha família, do tempo com o meu filho para estudar, para fazer viagens para reuniões e congressos internacionais. Às vezes, ficava uma semana/10 dias longe em momentos importantes da vida do meu filho. Meu marido é um grande companheiro, que sempre dividiu essa jornada. Quando olho para trás, vejo tudo isso: muito estudo, muita disciplina, muita dedicação, muita determinação, mas não foi sacrifício. Foram momentos que valeram a pena, porque de fato estava fazendo a diferença na vida das pessoas, da população, levando serviço de qualidade para tantas regiões do país. O trabalho não pode ser só sacrifício. Ele precisa vir com realização, de saber que você está fazendo o bem e de te fazer bem.
Quando descobriu sua vocação para gestão?
As coisas foram acontecendo como um processo, de forma natural. Conforme o Sabin crescia, eu conquistava novos desafios na empresa, buscava novas especializações para me capacitar melhor.
A discriminação de gênero a prejudicou em algum momento da sua vida profissional?
A desigualdade de gêneros não é só no Brasil. É um problema global. Os cargos de CEO’s, presidência, altas lideranças ainda são ocupados, em sua maioria, por homens brancos. No setor de saúde, grande parte das empresas tem esse cenário de muitas mulheres no quadro de colaboradores, mas quando você vai para a liderança, esse dado não acompanha. Esse é o diferencial do Sabin. Somos maioria em cargos de liderança. Ao longo da minha trajetória é muito comum eu chegar a um evento de presidentes/CEO’s e ser minoria. Muitas vezes, fui a única mulher em uma sala de 15/20 presidentes.
O que você sentia nessas situações?
É quando você percebe a diferença e a desigualdade. Isso me incomodava, mas nunca me inibiu. As mulheres de fato não precisam ser mulher-maravilha, mas precisam ter autoestima, sim. Se estudamos e nos preparamos, estamos capacitadas para assumir cargos de alta liderança na empresa.
As mulheres se cobram demais?
Não precisamos nos cobrar de ser o tempo todo 100%, porque os homens não são o tempo todo 100%. Eles têm autoestima elevada e enfrentam qualquer público e plateia sem nenhuma inibição e a mulher está sempre querendo continuar estudando e se aperfeiçoando. As empresas precisam desse conjunto para crescer, para ser uma sociedade mais justa e melhor e mais competitiva. Então, eu sempre consegui me posicionar e enfrentar todos os ambientes de maneira leve, forte e determinada.
Qual a forma adequada de lidar com os preconceitos sexistas no dia a dia dentro e fora da empresa?
É preciso uma mudança de cultura. Eu venho de uma família de três filhos e eu sou a mais velha. Minha mãe foi professora, costureira, teve comércio. Eu cresci vendo a minha mãe trabalhar, cuidar dos filhos, da casa e sempre foi natural. Isso faz toda diferença para ser quem eu sou hoje e como eu lidei para estar no mercado de trabalho, sobretudo em uma posição de alta liderança.
Mas a cultura empresarial também fez diferença.
Estou em uma empresa que é fundada por duas mulheres, então, é claro, que naturalmente quando a gente fala da força da mulher, da relevância da mulher no mercado de trabalho, nós vivemos isso no Sabin no dia a dia. Sempre vimos a Dra. Janete e a Dra. Sandra cuidando do Sabin, dos filhos, da casa e mostrando de fato que nós, como mulheres, podemos sim fazer tudo isso e trabalhar.
Não é uma escolha de Sofia, então.
Não precisamos escolher entre ser mãe e ter uma profissão. A mulher tem maior sensibilidade para perceber as situações, além de ser multifuncional. Temos 77% de mulheres no nosso quadro de colaboradores e 74% na liderança feminina. De fato, isso acontece de forma natural, espontânea, e é claro que buscamos aperfeiçoar nossos programas de diversidade e inclusão dentro da empresa.
A média brasileira de mulheres na liderança é de apenas 40%. Abraçar a diversidade é propósito desde sempre da empresa?
O Grupo Sabin prioriza o movimento de inclusão e possui programa de diversidade, iniciativa criada para refletir sobre questões rotineiras que fomentem o respeito e a promoção de diversidade na empresa, além de treinamentos focados na temática e um tradicional bate-papo a fim de propagar o acolhimento na equipe. Valorizar a diversidade nas empresas é dar oportunidade igual a todos. No Sabin, nós contratamos com foco nas competências. É parte da cultura da empresa fomentar o respeito às diferenças e promover discussões capazes de superar preconceitos e crenças limitantes.
Como isso ocorre na prática?
Nossa política faz diferença na forma como lidamos com os nossos parceiros, clientes e gerimos a empresa. Por exemplo, temos como ideal investir nos nossos funcionários para que eles continuem trabalhando e crescendo conosco. Prova disso sou eu: em 2014, quando o Sabin completou 30 anos, assumi o comando da presidência executiva da empresa. Em 2016, o Sabin se tornou signatário dos 7 Princípios de Empoderamento das Mulheres, estabelecido pela ONU Mulheres, sendo um deles o tratamento de todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação.
As mulheres precisam trabalhar mais do que os homens para obter o mesmo reconhecimento. Por que isso ainda acontece no Brasil?
A força de trabalho feminina não está somente nas empresas, mas também em três jornadas, que envolvem muitas vezes elas assumirem sozinhas a administração da casa e os cuidados com os filhos. Isso na pandemia ficou muito evidente. Muitas tiveram que sair do mercado de trabalho para cuidar da família, inclusive dos pais. Esse trabalho muitas vezes fica invisível. Existe ainda uma forte cultura de que essas são “obrigações” exclusivamente das mulheres.
O que diria a uma jovem adolescente que sonha se tornar a principal liderança de um grupo?
Compartilho a minha história falando sobre a importância de ter paciência e resiliência ao longo da carreira. Tem coisas que só o tempo nos dá. É possível acelerá-lo com dedicação, conhecimento e estudo, mas a experiência e a maturidade para algumas coisas só mesmo com o tempo. É preciso se aproveitar do momento e da área que está atuando para trazer mais conhecimento, e principalmente saber o que quer e o que gosta de fazer.
O que mudou na sua rotina na pandemia? O que vai manter e o que volta ao normal?
A pandemia se difere das últimas crises enfrentadas pela humanidade porque envolve uma questão de saúde que está trazendo profundas consequências econômicas. Como todos os brasileiros, precisei me reinventar. Aprender a usar ferramentas que não usava sempre, trocar reuniões presenciais por online, deixar de fazer viagens. Foi preciso muita serenidade para tomar decisões para promover, mesmo em uma pandemia, a saúde física, emocional de colaboradores e clientes e preservar o equilíbrio financeiro da empresa.
O momento mais desafiador à frente do grupo foi na pandemia?
Estar à frente de uma companhia de saúde em plena pandemia foi desafiador. A receita da empresa caiu inicialmente, faltavam insumos e havia muito desconhecimento sobre as medidas de proteção contra o vírus. Uma parte de nossa área administrativa ficou em home office, mas 80% dos funcionários precisavam estar presentes em função do tipo de serviço oferecido. Foi um momento difícil, mas temos uma cultura de decisões rápidas e acertadas. À medida que a ciência foi tendo mais respostas sobre o novo coronavírus e as vacinas foram sendo criadas, conseguimos nos recuperar com muita resiliência, com a implantação de inovações em nossos canais de atendimento e com parceria da cadeia produtiva da saúde. Em 2020, o grupo cresceu 19% em receita na comparação com o ano anterior, atingindo R$1,2 bilhão. Já em 2021, a chegada em novas cidades e o investimento em novos negócios permitirão superar nossos marcos de crescimento em 2020.
Como o Sabin atuou na luta contra o avanço da covid-19 nesses quase dois anos?
Foi um período de muitas mudanças, reflexões e desafios. Além da nossa prioridade de manter nosso atendimento à população, também estamos dedicados a novas formas de contribuir com as empresas na gestão da saúde de seus colaboradores, pois esse é um ponto de sustentabilidade fundamental para que a economia reaja e que os empregos sejam preservados. No primeiro ano de pandemia, o foco foi investir em pesquisa e inovação para o desenvolvimento do exame de RT-PCR para detecção da covid-19. Além do PCR, o Grupo também passou a oferecer exames de sorologia IgG e IgM para detecção da produção de anticorpos ao vírus. A empresa já realizou 2,17 milhões testes no país desde o início da pandemia em todo o país.
A empresa também investiu em infraestrutura?
Sim, para oferecer mais segurança aos clientes, ampliamos nossa plataforma de canais de atendimento e portfólio de testagem. Fomos pioneiros na cidade ao inaugurar o sistema drive-thru para coleta do exame de detecção para coronavírus. Além desta ação, a empresa selecionou unidades de atendimento em pontos estratégicos do DF para atendimento exclusivo de pacientes com sintomas da doença, além de destinar uma equipe especializada para realizar o teste em domicílio. Outro cuidado foi a destinação de unidades para atendimento daquelas pessoas que precisam ter cuidados contínuos com a saúde, como os pacientes crônicos. Em 2021, com a vacinação contra covid-19 e retomada gradativa da economia, investimos na abertura de novas unidades para atender regiões do DF que ainda não tinham atendimento, além de preservar o distanciamento seguro. Foram inauguradas 10 novas unidades e contratados mais de 600 colaboradores.
O grupo aderiu a campanhas…
Reduzir os impactos sociais e econômicos provocados pela pandemia também foi prioridade. Apoiamos movimentos importantes no país, como o #NãoDemita, que reuniu companhias de diversos segmentos em uma causa importante, a responsabilidade social, ajudou a garantir a retenção de aproximadamente 2 milhões de empregos e assegurou a manutenção das cadeias de produtos do país. O Sabin também esteve entre as 50 empresas que abraçaram a campanha #VamosVirarOJogo, uma iniciativa em busca de soluções estratégicas e assertivas para as companhias brasileiras, diante de tantas incertezas, dando mais um passo rumo ao engajamento de práticas de superação das adversidades impostas pela crise. O Grupo Sabin foi parceiro da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e disponibilizou os seus drive-thrus dedicados à vacinação da gripe para apoiar a vacinação contra a covid-19. Por meio do programa de incentivo ao voluntariado, funcionários do Sabin participam das ações no atendimento à população do DF, contribuindo para ampliar o número de pessoas vacinadas na cidade.
E quanto às vacinas contra covid-19, o que a experiência do Sabin pode nos relatar?
Em Brasília, o Sabin se uniu à campanha Vacinar é um ato de cuidado! – campanha estadual de vacinação contra a covid-19. O Programa de Voluntariado Corporativo do Sabin mobilizou 2.295 colaboradores da empresa que se revezavam nessa corrente do bem na vacinação da população, totalizando 23 mil horas e 58 mil doses aplicadas. Além da mobilização de seus colaboradores para expandir o alcance da iniciativa, o Sabin cedeu três espaços de atendimento no sistema drive-thru para vacinação aos sábados e domingos, durante 6 meses consecutivos.
Algumas pessoas dizem que “desanimam” de se vacinar contra covid-19 já que surgem novas variantes a cada momento. Mas o surgimento de novas variantes não é algo só do vírus Sars Cov2, certo?
Certo. Os vírus costumam sofrer mutações à medida que se replicam. A gripe é um exemplo. Não à toa precisamos nos vacinar anualmente.
O que você diria para aconselhar quem esteja descrente das vacinas?
Vacinar é um ato de cuidado com o outro. É uma preocupação com a saúde da coletividade. Ela protege quem recebe e a população como um todo. Quanto maior o número de pessoas imunizadas, menor é a chance de contaminação da doença. É assim que conseguimos erradicar doenças. Entretanto, a queda da vacinação pode gerar surtos, como ocorreu com o sarampo. A doença estava erradicada no Brasil e voltou.
Qual a importância da testagem para conter a ômicron?
No caso da covid, a testagem é fundamental para identificar a presença ou não do vírus, principalmente para tomar todas as medidas de isolamento e acompanhamento médico. Assim, conseguimos evitar que outras pessoas sejam contaminadas e que sofram consequências maiores para sua saúde e de todos que convivem com você. O exame de PCR é o padrão ouro para esse diagnóstico. Esse é o exame que apoia o fechamento do diagnóstico e a condução do tratamento. A identificação das variantes tem uma importância maior para o controle epidemiológico e para a estruturação de políticas públicas para a proteção e assistência à população. Essa identificação é realizada por exame genético, que tem uma oferta mais restrita e de alto custo para a população.
Quantas doses de vacina vocês aplicam em média anual?
Hoje possuímos 27 unidades com serviços de imunização em todo o Brasil. Em Brasília, são 17 unidades. Oferecemos vacinas para todas as idades. Temos em nosso portfólio mais de 20 vacinas, inclusive para viajantes. Além disso, nossas unidades em Brasília são credenciadas para a entrega do Certificado Internacional de Vacinação para febre amarela. No último ano, nosso serviço de imunização realizou mais de 100 mil atendimentos em todo Brasil.
Especialistas afirmam que a Covid contribuiu para que muitas pessoas deixassem de lado o cartão de vacinação e as consultas médicas. Você sentiu queda na procura por vacinas e exames durante a fase mais dura da pandemia?
Este ano, houve um surto de sarampo no país, mesmo existindo uma vacina no país contra a doença, que chegou a ser eliminada do Brasil em 2016. Os imunologistas também alertam para o risco de surtos de febre amarela, doença possível de ser evitada por meio de vacina, em regiões de risco. São situações como essas que podemos evitar. Mesmo diante do cenário delicado e das barreiras impostas pela pandemia, é hora de nos unirmos em iniciativas como o #Vacina em Dia, para que todos redobrem os cuidados e dediquem mais atenção ao calendário vacinal.
A onda de gripe tem sido apontada por alguns pesquisadores como um efeito da falta de vacinação. Tem sentido um aumento na procura por vacinas?
O subtipo H3N2 compõe o mix da vacina antigripe, tanto a oferecida nos postos de Saúde quanto na rede privada. Porém, os virologistas explicam que, assim como as demais variantes que aparecem sazonalmente, a H3N2 apresenta mutações progressivas que devem ser atualizadas anualmente. Este é o motivo da vacina contra influenza ter indicação anual. A variante que vem causando os surtos observados em várias regiões do globo e no Brasil, especificamente, não constava nas vacinas da última estação. Porém, os médicos não descartam uma potencial proteção cruzada.
O Sabin tem exames que identificam se é gripe ou covid. Poderia explicar a importância de cada um?
Em decorrência do surto de síndrome gripal por Influenza A (H3N2), que acomete os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, com alerta em outras regiões do país, o Grupo Sabin está oferecendo o mini painel respiratório que detecta os vírus Influenza A e B, Sincicial Respiratório e Sars Cov-2. Para os pacientes que procurarem as unidades de medicina diagnóstica para realizarem o exame de RT-PCR para coronavírus, o mini painel respiratório está sendo oferecido sem custo adicional, integrando as atividades de responsabilidade social do Sabin para conter o surto de H3N2. Eficaz, indolor e seguro, o mini painel respiratório do Grupo Sabin foi desenvolvido com tecnologia inovadora e alta performance. Recomendado para aplicação em pacientes de todas as idades, o exame é indicado a partir do 1º dia de sintomas gripais e com uma única amostra é possível detectar a presença de quatro vírus simultaneamente. A coleta é feita de forma simples com um cotonete, para colher amostra nasal ou salivar. Os laudos ficam prontos em até 1 dia útil para pacientes do DF.
Cada vez mais a medicina fica mais tecnológica, mas, ao mesmo tempo, mais humana. Essa é a tendência?
Sim. A telemedicina vai se fortalecer. Mas, não podemos deixar de lado o olho no olho. E o cuidado com o paciente. Como a inovação está no DNA do Sabin e a empresa busca formas de manter a sustentabilidade da cadeia produtiva, em dezembro deste ano, o Grupo Sabin anunciou a aquisição da Amparo Saúde, healthtech com foco em atenção primária e telemedicina. A empresa, que atende as maiores operadoras de saúde do país, possui unidades na região metropolitana de São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro e Brasília. A Amparo desenvolve tecnologias com base em análise de dados para melhorar os atendimentos médicos, tornando-os mais eficientes e acessíveis. Possui também um serviço de telemedicina. A empresa atua com equipes de médico de família, equipe de enfermagem, farmácia, nutrição e psicologia. Cerca de 85% dos casos que chegam à Amparo são resolvidos.O Sabin já havia investido na Amparo Saúde. Em 2018, comprou 17% da startup, e pouco tempo depois chegou a 30% de participação no negócio. Em 2019, a Amparo Saúde instalou uma unidade de atenção primária em saúde para atender 2,7 mil funcionários do Sabin em Brasília. A Amparo Saúde atendeu este último ano mais de 90 mil pessoas em sua estrutura física e digital. A aquisição faz parte do plano estratégico de diversificação dos negócios do Grupo, além de gerar sinergias com o Rita Saúde, o centro de saúde digital do Sabin, lançado em março.
Que balanço faz em 2021?
Este ano retomamos os investimentos em expansão. Abrimos só em Brasília e regiões administrativas 10 unidades, incluindo drive-thru, e no Brasil foram 15 unidades novas. Seguimos crescendo organicamente nas regiões em que atuamos e por meio de aquisições de laboratórios em outras regiões. Recentemente integramos ao Grupo o laboratório de maior referência de Blumenau (SC). Ampliamos a participação em outros negócios – Atenção primária: compramos a Amparo Saúde (SP). Tivemos muito investimento nas unidades drive-thru, ampliamos em cinco vezes nosso atendimento móvel, atendimento digital mantendo a segurança no atendimento. Contratamos 600 colaboradores só no DF em 2021.
Qual a expectativa para 2022?
Além do investimento em novos canais de atendimento físico e digital, estamos trazendo novas soluções e inovações para o nosso parque tecnológico e vamos continuar a ampliação e desenvolvimento de nossos times. No DF, em 2021, investimos R$27 milhões. Para 2022, nossa expectativa é manter esse mesmo ritmo.
O Sabin tem capital fechado, mas você já está preparando a empresa para abrir capital?
Não temos esse plano a curto e médio prazos. A empresa ano a ano vem crescendo e melhorando as boas práticas de governança, preparada para qualquer movimento estratégico maior.
Há novos planos para a inovação?
Lançamos o hub de inovação em 2020, na sede do Sabin, em Brasília. O objetivo é fomentar o ecossistema de biotechs, healtechs e medtechs. Nossa intenção é contribuir para que as startups possam construir seus próprios ecossistemas e agregar valor ao sistema de inovação. As startups também podem se conectar com pesquisadores, fornecedores e outros empreendedores. É um ambiente de networking e de compartilhamento de experiências.
Que cenário vislumbra para 2022?
Nossos planos estratégicos para 2022 incluem seguir nossos investimentos em inovação e integração de novos serviços à nossa plataforma de negócios, além de expandir nossos canais e modelos de atendimento para melhorar cada vez mais a experiência de nossos clientes. Além disso, vamos manter nosso plano de crescimento orgânico e inorgânico, movimentando a economia nacional, gerando emprego e renda para a população com objetivo de entregar nossos serviços com excelência, atendimento humanizado e cuidado integrado a cada paciente.
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