Chegou a hora de começar um novo ciclo, com 365 dias para depositar esperança, nutrir expectativas e retirar aqueles sonhos que estão no papel. Por isso, a capital federal estava repleta de cores, celebrações religiosas, encontros com amigos e familiares que cercaram a véspera do ano-novo. E foi nesse clima que o Correio percorreu as ruas do Distrito Federal para ver quais atrações embalaram a cidade e o que os brasilienses desejam e aguardam do ano de 2022.
No Céu de Brasília Cultural, um dos pilares do projeto Brasília Iluminada — inaugurado no dia 22 de dezembro —, artistas locais como a Orquestra e Coral Toccata animavam o público que passava pelo Eixo Monumental por volta das 21h de sábado, na altura da Praça do Cruzeiro. O grupo tocou clássicos que embalaram os desenhos animados da Disney nos anos 2000.
Mesmo com a forte chuva que atingia o DF no momento da apresentação, Suzane Teixeira, 45 anos, técnica em radiologia, preferiu aguardar a chegada do novo ano escutando uma boa música e curtindo a própria companhia. Segundo a profissional de saúde, o desejo é que dias melhores apareçam. "Eu espero que nesso novo ano tenhamos mais saúde, para todos, mais diversão, mais sabedoria e renovação dos sonhos. É importante acreditar que dias melhores virão", disse.
Suzane visitou a rota natalina e cultural e falou ao Correio que pretende voltar para acompanhar os shows e conhecer a estrutura montada próximo ao Museu da República, na Esplanada dos Ministérios. "Me faz bem escutar uma boa música e, por acaso, eu vi na semana passada e vim conhecer o projeto. Achei a ideia muito boa e pretendo visitar o resto que está localizado no centro da cidade", contou.
Praça dos Orixás
Tambor, danças, oferendas, cantos e roupas brancas se destacaram em meio às esculturas dos santos em um dos lugares mais tradicionais de Brasília, a Praça dos Orixás. Situada na Prainha do Lago Sul, no início da noite de sexta, o movimento estava fraco por conta da chuva que assolava o Plano Piloto. Mesmo assim, candomblecistas e umbandistas encheram o lugar por volta das 22h, com objetivo de agradecer e refletir sobre os momentos importantes do ano que estava prestes a acabar.
É o caso da candomblecista e técnica de enfermagem Vanessa Barros, 45 anos, que, acompanhada do marido, foi agradecer e fazer sua prece. "Eu venho para acender vela e agradecer o ano. Por mais que tenha acontecido coisas ruins, hoje eu tenho saúde. Vi diversas pessoas morrendo, então eu preciso ser grata pelo dia de hoje e por estar aqui. Para mim e para todo mundo eu quero só o melhor, quando o ano vira eu zero tudo e começo novamente", ressaltou.
A praticante contou ao Correio sobre as depredações que a praça sofreu no ano de 2021. "A intolerância é muito grande com as religiões de matriz africana. Ao chegar aqui eu percebi que a estátua de Ogum estava totalmente destruída e isso é muito triste. Nós somos pessoas do bem, que conseguem olhar para o próximo. Nosso país é laico e o mínimo que a gente precisa é respeitar as escolhas dos outros", declarou a profissional da saúde.
Com o cancelamento das festas programadas para o Réveillon de 2022 pelo Governo do Distrito Federal (GDF) em decorrência da pandemia da covid-19, a Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno preparou o ambiente para receber os fiéis.
Pela primeira vez virando o ano no Distrito Federal, a religiosa Giovana Pinto, 41, estava animada. "Eu sempre viajo e nunca passo a virada em Brasília, mas este ano fiquei por aqui. Espero que 2022 seja um ano mais leve, de mudanças e com menos sofrimento. Que a nossa sociedade tenha mais igualdade, nosso país se desenvolva e que as pessoas sejam mais unidas", desejou a moça. Sentada em uma cadeira que trouxe de casa, a mulher aguardava para assistir à queima de fogos próximo à ponte Costa e Silva.
Pontão do Lago Sul
Cerca de 1.5 mil pessoas se concentraram na área externa do complexo gastronômico para celebrar a vida e acompanhar o espetáculo que iria colorir o céu de Brasília por 10 minutos. No meio da multidão, a publicitária Carolina Miranda, 43, estava com três amigos e não conseguiu conter a emoção quando recebeu a ligação do filho.
"Meu filho está na Chapada dos Veadeiros e bateu uma saudade, mas estou feliz de virar o ano com os amigos. Nunca imaginei que o pontão era tão seguro e bonito. É a primeira vez que venho e foi tudo muito organizado. A queima de fogos está linda. E para 2022 eu desejo um ano com muita saúde, porque sem isso não temos nada. Que haja muita paciência e resiliência com o próximo. Que dias melhores cheguem para todos", disse.
O comunicador social Rafael Carvalho, 34, estava com Carolina. Ele contou ao Correio que estava com expectativa de ver o show pirotécnico na Esplanada dos Ministérios, mas como foi cancelado, o importante era estar rodeado de boas pessoas. "Vim para o Pontão porque acho que é um dos melhores lugares de Brasília. Que em 2022 a pandemia do novo coronavírus termine ou pelo menos dê uma freada muito boa. Também espero mais saúde, prosperidade e mudanças no cenário político", ressaltou.
Junto com a irmã, a cunhada e o primo, o estudante Gustavo Carvalho, 20, saiu da região do Gama na noite de sexta para ver os fogos e ficar com a família "Eu estou feliz, porque amei o ano de 2021 apesar dos pesares. Foi o melhor ano da minha vida pois consegui me aproximar de quem amo, obtive conquistas na vida pessoal, principalmente na área dos estudos, pois pretendo cursar medicina e estou nesse caminho agora. Quero um 2022 ainda melhor", completou o jovem.
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31/12/2021 Crédito: Carlos Vieira/CB. Virada do Ano. Reveillon na Prainha. Foto: Carlos Vieira/CB -
Os orixás ganharam homenagens na noite de ano-novo Foto: Carlos Vieira/CB
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31/12/2021 Crédito: Carlos Vieira/CB. Virada do Ano. Reveillon na Prainha. Foto: Carlos Vieira/CB
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Daniel e Gustavo celebraram a entrada do ano em família Foto: Carlos Vieira/CB/D.A.Press
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Brasilienses acompanham o réveillon no Pontão em 2021 Foto: Carlos Vieira/CB/D.A.Press
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Queima de fogos no Pontão do Lago Sul - Revéillon 2021 Foto: Carlos Vieira/CB/D.A.Press
