Apontada como a mentora do assassinado do motorista de ônibus Cleuton Batista de Souza, 41 anos, Liliane Pereira Dias, 41, foi presa preventivamente depois de se apresentar na 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria), na companhia do advogado. O comparsa dela, identificado como Diego, envolvido no homicídio, também foi detido.
O crime ocorreu em 17 de dezembro e Cleuton ficou desaparecido por mais de 10 dias. Segundo as investigações, o motorista foi vítima de uma emboscada orquestrada pela própria prima, após o rodoviário ter cobrado uma dívida de mais de R$ 14 mil que ela tinha com ele. Na noite do fato, Liliane teria entrado em contato com o rodoviário para marcar um encontro, dizendo que pretendia pagar e negociar a dívida. No local, a suspeita estaria na companhia de um comparsa e, em depoimento, alegou que Cleuton tentou agredi-la, e para defendê-la, o colega teria desferido facadas no pescoço e nas costas de Cleuton.
Ao Correio, Deuel Gontijo, advogado de Liliane e Diego, acusados do crime, conta outra versão do caso. Segundo ele, Cleuton havia rompido a relação com a mulher por uma suposta traição por parte dele. A prima, então, teria falado que a esposa do motorista também havia o traído na época. “O Cleuton foi na casa dela muito nervoso e alterado, pedindo para que ela contasse. A Liliane disse que iria trabalhar e, na volta, o encontraria em frente a uma churrascaria.”
De acordo com o advogado, Liliane passou no lava-jato e chamou um amigo para ir com ela, o Diego, pois estaria com medo da reação de Cleuton. No local indicado, Liliane e Diego estavam em um carro, sendo Diego no banco de trás. “Quando o Cleuton entrou no carro, ele esganou o pescoço dela e disse para ela contar toda a história, mas ele não reparou que tinha outra pessoa no veículo. Nesse momento, Diego desferiu uma facada no rosto de Cleuton. Em nenhum momento, Liliane sabia que Diego estava com uma facada e nem que tinha a intenção de fazer isso”, disse Deuel.
Investigação
A delegada-chefe da 33ª DP, Cláudia Alcântara, afirmou que Liliane foi a mentora do crime e idealizou todo o assassinato do primo. “A faca utilizada no homicídio era dela e foi dada ao comparsa. O homem trabalha em um lava-jato e nem celular tinha. Eu o questionei sobre o que ele tinha ganhado para cometer esse crime e ele respondeu que nada, que estava gostando dela”, frisou.
Ainda de acordo com o advogado de Liliane, a mulher compareceu espontaneamente à delegacia após tomar conhecimento do mandado de prisão expedido. “Ela não irá se furtar ao comparecimento do Judiciário. Sempre que foi solicitada, ela contribuiu. Ela está à disposição do Judiciário e acredita muito na Justiça.