O Natal e o ano-novo de 2020 não foram como aqueles que tivemos antes. Montamos a árvore e o presépio, servimos a ceia e colocamos músicas natalinas para ouvirmos. Queríamos celebrar o nascimento do Menino Jesus. Mas estávamos tristes. As notícias eram horríveis. Não havia distinção entre raça, credo ou classe social. Todos partiam. Um batalhão de profissionais da saúde lutava para salvar a vida dos que enchiam os hospitais.
O tempo foi passando. A máscara, o álcool em gel e o distanciamento social viraram rotina. E rezar passou a ser a melhor maneira de expressar nossa gratidão por estarmos vivos! Eu orava para que Jesus e sua Mãe protegessem todos nós.
De repente, as vacinas começaram a chegar! Nos postos de saúde, filas de pessoas com o coração cheio de esperança. Primeiro, os idosos. As filas foram se diversificando e, agora, chega a vez das crianças. E gratidão é tudo o que temos! Gratidão aos profissionais de saúde, às pessoas que alimentaram quem não tinha o que comer e a todos os que, de uma maneira ou de outra, aliviaram a dor dos mais fracos.
Sei que nossa vida nunca mais será a mesma. A experiência, a incerteza, o medo vivido em 2020 e 2021 nos transformaram em outras pessoas. Pudemos ver solidariedade, empatia, carinho, bondade, amor nos rostos e nas mãos das outras pessoas. Infelizmente, também vimos de perto o inimigo invisível e ficamos presos em nossas casas e sem liberdade para abraçar as pessoas que amamos.
Ansiamos pelo recomeço! Desejamos poder andar sem máscaras e ver o rosto das pessoas com um sorriso largo; abraçar nossos filhos e netos, amigos e as pessoas com as quais trabalhamos.
No meu caso, quero também encontrar nossos professores e alunos e poder abraçá-los com o carinho daqueles que tiveram medo de que não houvesse uma próxima vez.
O ano de 2022 será de recomeço, da generosidade, da solidariedade e da aprendizagem coletiva, que vão nos ajudar a cuidar melhor do corpo e da mente, da transformação em pessoas melhores e mais humanas.
E, agora que nossa vida será outra, vamos cuidar mais do meio ambiente, pois ele tem mostrado que teremos problemas no futuro, se nos esquecermos de suas consequências na vida de nossos netos e bisnetos.
Entretanto, ainda há tempo para um novo recomeço!
Eda Coutinho Machado,
presidente do Conselho de Administração do Iesb