O tombamento de um ônibus de turismo, na madrugada desta quinta-feira (23/12), deixou 25 pessoas feridas e, ao menos, duas crianças em estado mais grave, entre elas, uma bebê de 1 ano de idade, com suspeita de traumatismo craniano, e outra criança entre 4 e 5 anos. Procurada pelo Correio, a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) disse que se solidariza com os passageiros e lamenta o ocorrido.
“A empresa Prado Durães Turismo e Transporte LTDA, responsável pelo veículo de placa DJB4C02, que se envolveu no acidente hoje, na DF-130, possui autorização apenas para realizar fretamento, ou seja, está autorizada a realizar viagem em circuito fechado, sem venda de passagens”, destaca o órgão.
Segundo a ANTT, há indícios da viagem se tratar de um circuito aberto, “com venda individual de passagens, o que caracteriza transporte não autorizado pela ANTT”. A diferença é que no fretamento o ônibus tem um destino determinado, como, por exemplo, a Basílica de Aparecida, em São Paulo, bastante frequentada pelos romeiros. Dessa forma, o valor da viagem é único, pelo grupo de pessoas, e há uma lista de passageiros pré-determinados, sendo que aqueles que realizam a viagem de ida devem ser os mesmos que fazem a viagem de volta no mesmo veículo.
A agência também destacou que no período de férias e grandes feriados as fiscalizações são intensificadas. “Estas também ocorrem rotineiramente ao longo do ano, nos principais terminais rodoviários do país, para fiscalizar as empresas regulares (as que vendem passagens). Nos terminais rodoviários dos país, há fiscais da ANTT lotados nos Postos de Fiscalização e Atendimento (PFA) que atendem presencialmente aos usuários para orientar e tirar dúvidas sobre viagens”, pontua.
Já para fiscalizar o transporte das empresas autorizadas para fretamento, “as fiscalizações são feitas nas vias de todo o país, em locais previamente definidos”, destaca.
O que diz a empresa
A reportagem conversou com um dos representantes da Prado Durães Turismo e Transporte LTDA. Ademilson Prado explicou que a empresa foi contratada para um fretamento fechado e que recebeu, conforme a licença autorizada, o valor completo da viagem, sem vender bilhetes. “Eu não vendo bilhetes avulsos, fechei um pacote de fretamento contratado por Alexandre Silva, que foi quem contratou nossos serviços. Eu tenho o comprovante de pagamento. O nosso combinado foi a empresa pagar uma parte do valor em Pix e o restante do dinheiro seria usados com os gastos da viagem, que era os R$ 6 mil para abastecer”, conta.
Ademilson pontua que ficou sabendo do tombamento durante a madrugada, e desde então se mobilizou para prestar todo o apoio aos passageiros. “A outra empresa se omitiu, ela não se posiciona nem responde. Mas assim que nós ficamos sabendo, enviamos uma pessoa ao local para dar assistência, porque estava muito longe e não conseguia prestar socorro. Também enviamos um ônibus de apoio, que levou o pessoal que não tinha se ferido para um ponto de apoio. Lá, servimos refeições para todos, pedimos para eles serem atendidos e para ser providenciado alojamento, caso precisassem”, detalha.
O representante da empresa destaca que as bagagens dos passageiros foram resgatadas para uma garagem do Distrito Federal. “Levamos outro veículo para lá, para colher essas bagagens. E vamos ver quem vai querer seguir viagem e quem quer retornar. Estamos prestando toda a ajuda. Também falei com uma família que está no Hospital do Paranoá, eles estão liberados, exceto dois que tiveram fratura de costela. Já informamos que todos os medicamentos serão reembolsados”, garantiu.
A empresa Prado assegura que está assumindo a responsabilidade de ajudar os passageiros. “A empresa que nos contratou está se omitindo. Primeiro, eles saíram de São Paulo antes do horário combinado, sem que eu soubesse disso. E o motorista que fugiu do local e estava dirigindo no momento também é dessa empresa, que nem passa o nome ou informações sobre ele, que fugiu do local levando aproximadamente R$3.500 destinado ao abastecimento do ônibus durante a viagem". O motorista contratado pela Prado foi o que se manteve lá e ajudou os passageiros a saírem do ônibus.
Entenda
O ônibus tombou na madrugada desta quinta-feira (23/12), na DF-130, no KM 46, próximo à divisa entre o estado de Goiás e o Distrito Federal. Segundo relatos colhidos pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), o motorista vinha em alta velocidade e perdeu o controle do ônibus na rotatória.
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