Com angústia e sofrimento, os familiares de Shirlene Ferreira da Silva, 38 anos, e Tauane Rebeca da Silva, 14 anos, aguardam para retirar os corpos das duas para realizar o sepultamento de mãe e filha encontradas mortas na última segunda-feira. Vítimas de um homicídio violento que intriga a polícia, o corpo de Tauane foi liberado do Instituto de Medicina Legal (IML) na quarta-feira. No entanto, devido a dificuldade de conseguir as digitais de Shirlene, ela continua retida na unidade. Marido e pai, Antônio Wagner Silva confirmou que o corpo da esposa segue no instituto e deve ser liberado hoje. "A gente quer sepultá-las juntas", afirma Antônio que, só após a liberação dos dois corpos, vai organizar o velório.
A 19ª Delegacia de Polícia (P Norte) segue investigando o caso. O delegado Gustavo Augusto destaca que há um suspeito, mas que é preciso cautela. "A gente está relacionando alguns suspeitos, mas é muito pouco para a gente apontar, porque não temos testemunhas. Nós vamos precisar, depois, com os laudos biológicos, fazer um confronto com o que a gente está levantando", avalia Gustavo. "É um caso que vai demandar um tempo maior e vai precisar de provas biológicas e tecnológicas para fazermos os confrontos e apontar a autoria", diz.
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Investigação
O laudo da perícia feito nos corpos da mãe e da filha deve ficar pronto em 10 dias. As vítimas foram encontradas a cerca de 500 metros da margem do Córrego Coruja, depois de 11 dias desaparecidas — parcialmente enterradas e com folhas secas as escondendo. Agentes identificaram marcas de perfurações provocadas por esfaqueamento no tórax de Shirlene e no pescoço de Tauane. Traçando os últimos passos das vítimas, uma equipe da delegacia foi até o local do crime, na região do Sol Nascente, para entender melhor o que pode ter ocorrido e fazer uma varredura na procura da faca ou do instrumento utilizado.
A polícia acredita que Shirlene e Tauane tomaram banho no córrego e, na volta para casa, foram abordadas e levadas até o local onde os corpos foram encontrados, além de haver a possibilidade de reação das vítimas antes de serem mortas. "A gente acredita que elas foram abordadas e obrigadas a atravessar até próximo onde deva ter ocorrido o homicídio. Lá, elas reagiram. Porque, apesar do laudo não ter saído, o perito nos passou que teve reação, e elas morreram com facadas", detalha o delegado. Não se sabe se houve tentativa de crime sexual. "Elas estavam vestidas e, provavelmente, o autor poderia ter a intenção de abuso. Provavelmente, não foram arrastadas e, sim, coagidas até aquele local, quando houve a reação, é o que eu imagino", pondera Gustavo.
Grávida de quatro meses, Shirlene saiu de casa, por volta de 14h30 em 9 de dezembro, na companhia de Tauane. Mãe e filha deixaram os celulares em casa antes do passeio. Após dias de procura, o Corpo de Bombeiros encerrou as buscas em 16 de dezembro. Os corpos foram encontrados, na segunda-feira, cobertos por folhas, próximo ao córrego, por policiais civis.