Na contagem regressiva para a chegada do Natal, muitos brasilienses se apressam para organizar os últimos preparativos das festividades e, entre eles, a compra dos presentes de fim de ano. Até a véspera do dia 25, ao menos 250 mil pessoas devem ir às compras em todo o Distrito Federal. A estimativa é do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista-DF), que reúne cerca de 30 mil lojas da capital do país. Para Sebastião Abritta, vice-presidente da entidade, o Natal deste ano representa a retomada econômica do DF.
"As lojas estão mais movimentadas e eu acredito que esse Natal é o da retomada que deveria ter acontecido em 2020. Agora os varejistas estão bem otimistas e com certeza teremos um grande resultado nas vendas. O ano seguinte também promete ser bem animador para o comerciante fazer investimentos, abrir novas lojas e investir em novas coleções", assegura. Para atender a alta demanda, o comércio de entrequadras e de shoppings funcionará até as 19h no dia 24. Em termos percentuais, a projeção da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF (Fecomércio-DF) é de um crescimento de 20,59% nas vendas desse período.
Presidente da Fecomércio, José Aparecido destaca que o movimento está aquecido e atendendo as projeções. "O comércio de rua está bem movimentado, e a nossa expectativa é de que as vendas atinjam o que está na nossa pesquisa. Durante esse ano, nossas estimativas para o dia das mães, Black Friday e demais períodos de grande movimento sempre se confirmaram. Em 2020, por exemplo, o crescimento de vendas foi de 2,2%, enquanto que neste ano temos a projeção de 20,59%. Ou seja, temos aproximadamente 18% de crescimento a mais do que no ano passado", destaca.
Sobre a grande circulação de pessoas neste fim de ano, José garante: "o setor de comércio está acostumado a isso. A gente se prepara. Sou comerciante há 35 anos, e sempre o brasileiro deixa para a última hora. O que ajuda bastante são as contratação temporárias, pois o fluxo de venda é realmente acima dos meses normais. Em nossa pesquisa, por exemplo, a expectativa de contratação temporária era de 1.800 pessoas, e pelo que apuramos, a atingimos", afirma.
Presentes
Estudo realizado pela Fecomércio entre os dias 22 de outubro e 16 de novembro deste ano, com 506 entrevistados, estimou que, ao menos, 67,79% do público tinha intenção de comprar presentes de Natal. Os mais interessados em presentear é o público feminino: cerca de 74% das mulheres iriam às compras, contra 61% dos homens. Os produtos mais procurados como presentes são roupas e acessórios (31,18%), seguido de calçados (22,94%) e brinquedos (14,59%). O estudo também revelou que 39,94% dos entrevistados buscavam descontos ou promoções. Em relação ao valor gasto este ano, o ticket médio também subiu. Em 2020, quem pretendia comprar presente estimava gastar até R$ 216,61, enquanto que neste ano o consumidor espera investir até R$ 344,58, em média.
Na loja de brinquedos Kids Boy, em Taguatinga, a proprietária Zenir Alves destaca que a maior procura dos consumidores é por atrações inovadoras. "Agora, depois da pandemia, eles querem muitos brinquedos pedagógicos, que trabalham o lado criativo. Mas em relação ao ano passado está muito bom, a melhora nas vendas é de, pelo menos, 20%. No entanto, pelo número de pessoas circulando na feira, muita gente ainda está só olhando, sem comprar", detalha.
Os irmãos João Vitor, 18 anos, e Beatriz Felix, 24 anos, aproveitaram a tarde de ontem para ir ao Conjunto Nacional comprar o presente dos pais. "Conseguimos achar os presentes, mas os preços não estavam tão bons", confessam. Moradores de Vicente Pires e estagiários, os dois contam que a família costuma fazer uma lista de presentes que pretende ganhar no fim de ano, com algumas opções, que facilita quem vai às compras. Beatriz explicou que eles só não compraram antes os presentes pois recebem a bolsa de estágio somente no fim do mês.
Já Maria José da Silva, 51 anos, copeira e moradora do Jardim Botânico, conseguiu adiantar as compras na semana passada e ontem apenas passeava no Shopping. “Gosto de adiantar logo, com antecedência, agilizar tudo para não dar problema”, explica. Ela conta que comprou os presentes das duas filhas. “A preferência foi por dar roupas, mesmo”, revela.