Os moradores do Distrito Federal que saíram de casa em busca da dose de reforço contra a covid-19, nesta terça-feira (21/12), precisaram peregrinar em alguns postos de saúde para completar o esquema vacinal. Nas primeiras horas do dia, os frascos de vacina para a 3ª dose não haviam chegado em parte das UBS. Não bastasse isso, tem brasiliense voltando para casa sem vacinar porque não levaram o comprovante da primeira e segunda doses.
Segundo relatos obtidos pelo Correio, as pessoas que foram até os pontos de vacinação por volta das 10h foram informadas da falta do imunizante para reforço. É o caso das unidades de Vicente Pires e do posto localizado na Praça do Bicalho, em Taguatinga. Na UBS de Vicente Pires, as pessoas tiveram que esperar até por volta das 11h.
Diante da falha de logística do governo, moradores formaram longas filas. Na UBS do Lago Norte, ao reforço da 3ª dose só começaria às 13h, mas a Secretaria de Saúde divulgou que a imunização teria início às 8h. Quem procurou a unidade logo cedo, teve que voltar para casa. Em outros pontos, as doses do imunizante Pfizer foram insuficientes para atender a demanda.
A partir de hoje (21/12), quem completou o ciclo vacinal há quatro meses pode receber a dose de reforço do imunizante. Anteriormente, o prazo entre a segunda e terceira doses era de cinco meses, com exceção dos imunossuprimidos, para os quais o intervalo é de 28 dias. A redução do período para a aplicação do reforço da vacina ocorreu após sinalização do Ministério da Saúde.
O outro lado
Procurada pela reportagem, a pasta informou, em nota, que possui estoque de vacina suficiente para redução do intervalo da dose de reforço e não há risco de desabastecimento. "O que está ocorrendo hoje, pontualmente, é um aumento expressivo na procura pela vacina, o que não vinha acontecendo nas últimas semanas", disse.
De acordo com a pasta, as regiões de saúde possuem uma programação de estoque em cada ponto, de acordo com a população local e a procura registrada. "Desta forma, é solicitada à Rede de Frio uma determinada quantidade diária, que seja suficiente para atender àquele local", informou.
"A vacina da Pfizer possui validade de 31 dias após o seu descongelamento, e, pensando nisso, os gestores dos pontos de vacinação, após a baixa procura dos últimos dias, têm solicitado quantidades menores para que não haja perda da vacina", pontuou a Secretaria. Sendo assim, após o aumento da procura registrado em alguns pontos, a secretaria está providenciando o abastecimento dos estoques naqueles locais que, momentaneamente, ficaram sem vacinas. "A pasta destaca que a maioria dos pontos já está com a situação normalizada".
Sem cartão em mãos
Já na UBS 1, da Asa Norte, o caso foi diferente: os brasilienses que foram em busca da segunda dose sem o cartão de imunização tiveram que voltar para casa sem receber a vacina. O Correio questionou a Secretaria de Saúde sobre o assunto. Desde o último dia 10 os brasilienses só tomam a vacina se apresentarem o cartão. Isso aconteceu após o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) e outros sistemas da Secretaria de Saúde do DF ficarem fora do ar, com o ataque de hackers ao site do Ministério da Saúde e ao aplicativo Conect SUS. Até então, a pasta não se pronunciou sobre o caso.
Usuários relataram, ainda, que os comprovantes de vacinação foram apagados do aplicativo. O Conecte SUS é o aplicativo oficial do Ministério da Saúde que reúne dados do Sistema Único de Saúde (SUS). É por ele que é possível emitir o Certificado Nacional de Vacinação da covid-19, exigido em viagens internacionais e para entrar em alguns estabelecimentos.
Estoque
Apesar do relato da falta de imunizantes, na Rede de Frio Central do Distrito Federal, o estoque de vacinas para aplicação de terceira dose (D3) não está baixo: até as 21h30 desta segunda-feira (20/12), haviam 20.100 vacinas da Janssen; 18.800 da Coronavac; 246.550 da Pfizer/BioTech, todas destinadas para a dose de reforço. As informações são do site da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF).