O sepultamento e o velório do corpo de um dos fundadores do PSDB-DF, Antônio Sanchez Sales, que morreu aos 73 anos, ocorreu ontem à tarde, no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, sob aplausos e orações dos cerca de 40 familiares e amigos do ex-político, que foi encontrado em 10 de dezembro com golpes na cabeça na chácara em que vivia com um caseiro, no Núcleo Rural Taquari, região do Lago Norte. À reportagem, o delegado-chefe da 9ª DP (Lago Norte), Felipe Maciel, afirmou que ouviu familiares e o caseiro de Antônio. "Estamos investigando e aguardando alguns resultados da perícia", declarou.
Irmão de Antônio, o aposentado Paulo Sérgio Sales, 62, veio de São Bernardo do Campo (SP) para se solidarizar com a partida do parente, e agradeceu pelos momentos compartilhados, principalmente nas vezes que o recebia em casa. "Quando ele ia para São Paulo, sempre ficava na minha casa, onde demonstrava o amor incondicional que tinha pelos meus dois filhos e pela minha esposa", emocionou-se.
Paulo veio para Brasília cinco dias após a notícia da morte do irmão, pois Antônio o apoiava e sempre incentivava nos estudos. "Quando me formei em administração, ele se deslocou até São Paulo para me prestigiar na colação de grau", recorda.
No caminho da Capela 2 do cemitério até o sepultamento, familiares cantaram letras religiosas, enquanto outras pessoas rezaram o terço. Quem também demonstrou carinho na ocasião foi a secretária do PSDB-DF, Patrícia Monteiro, 42, que exerce a função há 22 anos no partido. "Tenho uma gratidão imensa, de filha mesmo, pelo senhor Antônio, porque ele me ensinou a trabalhar, tanto que já fiz várias coisas lá dentro em que ele me deu oportunidades e me ensinou de verdade", agradeceu.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga a morte de Antônio, que foi encontrado em 10 de dezembro ferido com golpes de facão na cabeça.
Imagens que circulam na internet mostram o momento em que é encontrado em casa, deitado na cama do quarto, com a cabeça ensanguentada e ainda respirando. Antonio chegou a ser levado pelo Samu e internado no Hospital de Base do DF (HBDF), no qual ficou entre 10 e 16 de dezembro, quando teve morte encefálica por traumatismo craniano confirmada, às 20h41. No prontuário, o caso é descrito como "morte encefálica por agressão física por latrocínio".
No caso, em investigação pela 9ª DP (Lago Norte), foram ouvidos dois vizinhos, o irmão, o caseiro e a sobrinha. Antônio morava no local com o caseiro há cerca de 20 anos. Sanchez deixa duas filhas e um irmão.