Os quatro assassinos de Renan Rafael da Silva Barbosa, 19 anos, foram condenados, por unanimidade, pelo Tribunal do Júri do Distrito Federal. O julgamento teve início na terça-feira (14/12) e terminou na madrugada desta quarta-feira (15/12). O jovem de 19 anos foi morto em 2 de novembro de 2018, na Universidade de Brasília (UnB), durante uma festa do curso de direito.
A pena máxima de um dos réus foi de 22 anos de reclusão. Todos eles ficarão, inicialmente, em regime fechado. Também não há possibilidade de substituição da pena por restrição de direitos, devido à violência aplicada no crime. Veja as condenações:
Daniel Cordeiro de Melo, 19 anos - 23 anos de reclusão.
Giovani Paiva Mota, 20 anos - 17 anos de reclusão.
Willian Vitor Coelho Araújo, 22 anos - 13 anos e 4 meses.
Guilherme Fagundes dos Santos, 19 anos - 10 anos
Relembre o caso
O caso ocorreu na madrugada de 2 de novembro de 2018 no estacionamento da Faculdade de Direito (FD) da Universidade de Brasília (UnB). A festa, da qual os envolvidos participavam era organizada pelo Centro Acadêmico de Direito e tinha a autorização da direção da FD. O evento comemorava o fim da XXII Semana Jurídica. Na ocasião, houve desentendimento entre Daniel Melo e Renal Rafael, que não se conheciam. Daniel e os outros acusados foram até o apartamento no qual Daniel Melo residia com a avó pegar uma arma. Eles foram levados em um automóvel conduzido por Guilherme Santos.
Ao voltar para a festa, Daniel Melo e Giovani Mota cercaram Renan Rafael. Daniel, empunhando um revólver calibre 38, atirou seis vezes contra a vítima. Giovani Mota chutou a cabeça de Renan depois que ele havia caído. Willian Araújo jogou uma pedra na vítima, mas não acertou. Guilherme Santos aguardou no carro e auxiliou na fuga dos criminosos. O Corpo de Bombeiros atendeu a ocorrência, mas a vítima já estava morta quando chegaram.
À época, a UnB suspendeu as autorizações para a realização de confraternizações e eventos com bebidas alcoólicas em todos os campi da instituição. Na ocasião, a reitora, Márcia Abraão, frisou que o campus Darcy Ribeiro é aberto e que a violência da sociedade reflete também no local. Ela também ressaltou que o momento era de comprometimento de toda a comunidade acadêmica.
Visão da instituição
Ao Correio, a UnB informou que está fazendo melhorias na segurança dos campi. "A UnB vem investindo em diversas medidas para a melhoria da segurança da comunidade acadêmica, entre elas tem instaladas 450 câmeras nos quatro campi e a mudanças na estratégia das rondas. Há, entretanto, desafios adicionais, uma vez que o campus Darcy Ribeiro é aberto, integrado à Asa Norte, e, portanto, suscetível à violência urbana", esclarece.
Além disso, foi informado que rondas frequentes são realizadas nos espaços da instituição. Também ocorre revisão regular do sistema de iluminação e foi adotado um sistema de radiocomunicação para auxiliar na segurança local. A segurança também trabalha integrada com Corpo de Bombeiros e polícias Civil, Militar e Federal. O campus Darcy Ribeiro, onde ocorreu o caso, conta com um posto da Polícia Militar nas proximidades do ICC Norte.