A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) segue sem pistas de mãe e filha que desapareceram, na última quinta-feira (9/12), após terem saído para um passeio em um córrego no Sol Nascente. O delegado chefe-adjunto da 23ª Delegacia de Polícia (Ceilândia), Vander Braga, afirma que diversos fatores estão dificultando as investigações. "Infelizmente, às vezes precisamos de sorte e, nesse caso, estamos sem.”
Câmeras de segurança de uma casa que poderia ter registrado Shirlene Ferreira da Silva, 38 anos, e Tauane Rebeca da Silva, 14, entrando na mata ou pegando outro caminho pararam de funcionar dois dias antes do desaparecimento das duas. “Na terça-feira (7/12), houve uma queda de energia e elas pararam de gravar”, disse o delegado ao Correio.
Nesta quarta-feira (15/12), o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) completa sete dias de buscas. Por volta das 10h30, as buscas foram retomadas. Três militares e dois cães vasculharam duas áreas de buscas, mas no final do dia encerraram a procura sem nenhuma pista das duas. Amanhã (16/12), os militares devem decidir, junto com a PCDF, sobre as novas ações no local.
Com isso, a Polícia Civil descarta a possibilidade de afogamento e segue com duas principais linhas de investigação: fuga ou crime praticado por terceiro. “As buscas foram todas esgotadas e temos que partir para outras linhas. Há a possibilidade de terem saído do DF ou de terem sido vítimas de algum crime. Agora estamos ouvindo mais pessoas e aguardando ofícios e ordem judicial. É uma questão de tempo. Nós vamos desvendar o que aconteceu”, afirmou o delegado Vander Braga.
“Ela não fugiu”
Irmã e tia das desaparecidas Shirlei Vieira da Silva, 39 anos, garante: "ela não fugiu.” Segundo a dona de casa, todos os documentos da irmã e de Tauane estão em casa. “Ela não iria deixar a casa dela e o Lucas, filho mais novo. Ela nunca deixou eles muito tempo sozinhos", apontou.
Marido de Shilerne, o pintor Antônio Wagner Batista da Silva, 41 anos, disse que nem a esposa, nem a filha teriam motivos para fugir de casa. “Elas gostavam de ficar em casa. Até quando ela ia na casa da irmã, em Samambaia, eu tinha que ir buscar à noite ou ela trazer porque a Shirlene não gostava de dormir fora de casa”, contou. A adolescente também não tinha o costume de sair sozinha ou com amigas e preferia ficar em casa desenhando e jogando. “Ela tem 14 anos, mas é bem menina ainda. Uma criança”, falou Antônio abalado.
Alarme falso
No último domingo (12/12), o Corpo de Bombeiros suspendeu a operação de resgate após receber informações de que mãe e filha teriam sido vistas em uma igreja em Samambaia. No entanto, o relato não se confirmou e os militares recomeçaram a varredura na região de mata próximo a um córrego no Sol Nascente.
A história foi repassada pela Central de Operações e Comunicações Bombeiro Militar (COCB). Pela manhã, a corporação ainda entrou em contato com familiares das vítimas para que procurassem a Polícia Civil do Distrito Federal para dar prosseguimento ao caso.