Após mais de cinco horas, os agentes do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deixaram a Câmara Legislativa do DF (CLDF). Sem falar com a imprensa, os policiais entraram nos carros e saíram por volta de 12h, depois da longa manhã de cumprimento de mandados de busca e apreensão das denúncias do esquema de “rachadinha” e funcionários fantasmas no gabinete do Deputado Daniel Donizet (PL).
A operação apura a fraude nas folhas de ponto por servidores do parlamentar e resultou na apreensão de, aproximadamente, R$ 110 mil em dinheiro, até o momento. A apreensão foi feita em um dos oito endereços vinculados a um dos funcionários. Os mandados foram cumpridos no DF e no Goiás, bem como na CLDF.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) também participou da operação para executar as buscas no Gabinete do Deputado Daniel Donizet (PL). Por volta de 8h45, o grupo deixou o local sem dar informações.
As investigações, que ocorrem desde 2019, começaram depois que a polícia recebeu informações de que alguns servidores do gabinete parlamentar não exerciam as funções e repassavam parte de suas remunerações ao parlamentar por meio do chefe de gabinete. No decorrer das diligências, os investigadores colheram provas que comprovaram que os servidores assinavam as folhas de ponto, mas não compareciam à CLDF, mesmo antes do período da pandemia covid-19, em que as atividades presenciais foram suspensas.
Ao todo, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão na CLDF e em outros endereços do DF e de Goiás. A ideia é reunir documentos que mostrem a irregularidade. Pagamentos de rachadinhas também estão sendo investigados.
Nota à imprensa
Em nota, o deputado Daniel Donizet ressaltou estar calmo por não haver fundamentos na denúncia envolvendo o gabinete dele em esquemas de "rachadinha". "Sobre a operação deflagrada hoje pela Polícia Civil, afirmo, com muita tranquilidade, que as denúncias são completamente infundadas. Ainda não tive acesso ao inquérito policial para entender o que motivou as buscas realizadas. Já estou em contato com o meu advogado. Assim que tivermos o conteúdo das investigações em mãos, iremos soltar uma nota de esclarecimento", diz a nota.