O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) encerrou o quinto dia de buscas pela mulher grávida de 4 meses e a filha, 14 anos, desaparecidas desde a última quinta-feira (9/12), sem nenhuma pista das duas. Shirlene Ferreira da Silva, 38 anos, e Tauane Rebeca da Silva, 14, desapareceram no Sol Nascente, após terem saído para nadar em um córrego perto de casa.
A adolescente, que não tinha costume de nadar no local, chamou a mãe e o irmão, Lucas da Silva, 12 anos, que frequentavam o córrego com mais frequência. O menino decidiu ficar em casa e Shirlene acabou indo com a filha por volta das 15h. Essa foi a última vez que as duas foram vistas.
Quando começou a escurecer, o garoto ficou preocupado e foi atrás da irmã e da mãe. “No meio do caminho, começou a chover, ele ficou com medo e voltou”, relata Antônio Wagner Batista da Silva, 41 anos, marido e pai das desaparecidas. Na volta, Lucas encontrou com o pai e contou que as duas não tinham retornado. “Comecei a ligar para todo mundo da família. Pedi ajuda para procurar, não achamos nada até que me desesperei e liguei para os bombeiros”, conta. No local, os militares iniciaram as buscas por volta das 20h e só foram encerrar à 1h de sexta-feira (10/12).
As buscas continuaram durante o final de semana e nesta segunda-feira (13/12), o Corpo de Bombeiros recebeu apoio do resgate aéreo, além de mergulhadores e cães. As buscas foram feitas em toda a região ao redor do córrego, mas nada foi encontrado. Segundo o aspirante oficial Cleiton, responsável pelo comando da equipe de buscas, as investigações devem ficar a cargo da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e, possivelmente, as buscas na mata serão encerradas. “Varremos toda a região e mais uma parte. Elas não estão aqui”, aponta.
A corporação encerrou a procura com a chegada da chuva, por volta das 17h15. No final do dia, o cão de buscas Apollo auxiliou a equipe dentro da mata. Após cheirar os pertences das desaparecidas, eles fizeram novamente o percurso feito por mãe e filha no dia em que sumiram, mas sem sucesso.
A 23ª Delegacia de Polícia (Ceilândia/P Sul) investiga o caso. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Vander Braga, a ocorrência foi registrada na manhã de sexta-feira (10/12) e o marido e familiares de Shirlene foram ouvidos. A polícia não descarta nenhuma via de investigação. “A hipótese era de afogamento. Hoje, depois de várias buscas do corpo de bombeiros, a equipe da 23ª entrou com investigação e está fazendo buscas terrestres na região que ela frequentava e está sendo verificada a possibilidade de alguma situação de crime”, aponta.
Segundo a irmã da desaparecida, Shirlei Vieira da Silva, 39 anos, a região é perigosa e ela acredita que Shirlene e a sobrinha foram vítimas de algum tipo de violência, já que não há tantas trombas d’água no local. “É muito perigoso por causa dos bandidos, muita gente estranha entra e sai dessa mata. A gente acredita que pegaram elas e levaram, mas esperando que tenham conseguido fugir e estão escondidas em algum lugar”, afirmou.
O casal está junto desde que Shirlene tinha 13 anos. Eles têm três filhos e a relação dos dois sempre foi muito tranquila, segundo Shirlei.
Alarme falso
No último domingo (12/12), o Corpo de Bombeiros suspendeu a operação de resgate após receber informações de que mãe e filha teriam sido vistas em uma igreja em Samambaia. No entanto, o relato não se confirmou e os militares recomeçaram a varredura na região de mata próximo a um córrego no Sol Nascente.
A história foi repassada pela Central de Operações e Comunicações Bombeiro Militar (COCB). Pela manhã, a corporação ainda entrou em contato com familiares das vítimas para que procurassem a Polícia Civil do Distrito Federal para dar prosseguimento ao caso.