Crime

Procurado por triplo homicídio em Corumbá matou taxista em 2020 em MG

Boletim de Ocorrência da Polícia Civil de Minas Gerais, a quase 550km de Brasília, relata que Wanderson Mota Protácio efetuou 18 cortes em taxista para roubar o carro da vítima

Procurado por 70 policiais após matar três pessoas, no último do domingo (28/11), Wanderson Mota Protácio, 21 anos, matou um taxista em São Gotardo (MG), a quase 550km de distância de Brasília, na madrugada de 25 de novembro de 2020. A vítima era Maurício Lopes Mariano, que tinha 25 anos. O acusado teve ajuda de dois menores de idade e um adulto.

Segundo o boletim de ocorrência obtido pelo Correio, o agressor pegou a corrida junto com outras três pessoas e desviou o trajeto no caminho. Ao entrarem no carro, cortaram o cinto de trás e usaram para arrastar o taxista até uma árvore.

O documento comunica que a intenção dos homens era de roubar o carro e deixar o taxista no local, mas Wanderson decidiu voltar até o condutor e efetuar 18 golpes de faca. O esfaqueamento atingiu as costas seis vezes do lado esquerdo e cinco do lado direito, "provavelmente por instrumento pérfuro", confirme consta no boletim de ocorrência.

A vítima ainda teve dois cortes na parte posterior da cabeça e uma lesão sem perfuração na parte frontal. Wanderson ainda atingiu o taxista com dois cortes na mão esquerda, um grande na parte posterior do pescoço e outro na lombar.

Demora

Por volta das 14h30, Maurício recebeu um pedido de transporte de passageiros até Ibiá (MG), a 64km de São Gotardo, conforme diz o pai da vítima na ocorrência. Após esperar por oito horas o retorno do filho à cidade, ele tentou contato por ligação telefônica, mas sem êxito.

Pelas imagens de câmeras de segurança de um estabelecimento comercial da cidade, a Polícia Militar de Minas Gerais identificou, por volta das 14h35, quatro pessoas vestidas encapuzadas com blusas de frio que entraram no táxi de Maurício, um VW Space Fox.

Posteriormente, a PMMG teve conhecimento de que câmeras flagraram o carro nas ruas de Patrocínio (MG), a mais de 136km de São Gotardo. Em seguida, equipes do 46º Batalhão de Polícia Militar da região localizaram o veículo, que estava com Augusto Antônio da Silva, assim como o aparelho eletrônico da vítima. Augusto foi preso por receptação.

No celular do autor constava uma conversa com uma pessoa chamada de "filhote", que relatava que o taxista estaria morto, porém sem maiores informações. Na época, policiais do 15º Policial Militar de São Gotardo impediram o linchamento do criminoso por parte de populares por volta das 22h30. Um policial abordou Wanderson, enquanto os outros dois fugiram.

Em seguida, a equipe policial conseguiu achar os outros dois suspeitos: Luiz Henrique Faria Silva, 18, e um menor de idade, que seria o “filhote”.

Saiba Mais

Vítima no porta malas

Para apurar o envolvimento de outro suspeito, em Ibiá (MG), policiais da cidade conseguiram deter Wilson Brito da Conceição. Na abordagem, ele declarou que o grupo praticava tráfico ilícito de entorpecentes, e que combinaram em roubar um veículo.

O suspeito afirmou que os envolvidos combinaram uma corrida até o distrito de Quilombo do Ambrósio, ainda em Ibiá, e que encontraram com a vítima nas proximidades de um bar, por volta de 14h30. Logo após, abasteceram o veículo e seguiram viagem. Ao chegarem no destino, anunciaram o roubo, pegaram a vítima, amarrou os punhos e a colocou no porta malas do veículo.

Na MG-230, o grupo retirou Maurício do porta malas e o conduziu até uma área de mata, quando Wanderson teria assassinado a vítima a facadas. De acordo com o boletim de ocorrência, Wanderson matou o taxista por medo do grupo ser reconhecido pela polícia, uma vez que revelaram os nomes durante conversa entre eles. Segundo o BO da Polícia Civil de Minas Gerais, o menor infrator jogou a faca utilizada no crime no Rio Misericórdia, em Ibiá.

Depois, os envolvidos no homicídio foram até Patrocínio, onde fizeram contato com uma pessoa de nome Augusto, o qual teria trocado o veículo subtraído por certa quantia em droga, R$ 600 e uma televisão. O aparelho eletrônico foi vendido ainda na cidade para uma pessoa não informada, e o dinheiro não foi localizado.

Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que indiciou Wanderson pelos crimes de latrocínio, extorsão, corrupção de menores e tráfico. Nove dias depois da prisão, em 4 de dezembro, o inquérito foi concluído e enviado à Justiça de MG.