Feminicídio

Acusado de esfaquear servidora do TSE é condenado a 24 anos de prisão

O crime ocorreu há cerca de dois anos. Alan foi sentenciado pelo crime de feminicídio com agravantes por motivo torpe e uso de meio cruel

Após cerca de dois anos do feminicídio da servidora do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luciana de Melo Ferreira, 49 anos, o ex-namorado acusado de matá-la a facadas Alan Fabiano Pinto de Jesus foi condenado pelo Tribunal do Júri de Brasília a 24 anos de prisão nesta quarta-feira (1º/12). Antes do crime, a vítima já havia denunciado o ex-companheiro por violência doméstica.

Alan era vigilante e foi sentenciado pelos crimes de feminicídio, motivo torpe e uso de meio cruel, modo que impossibilitou defesa da vítima. Os jurados aceitaram todas essas qualificadoras apresentadas pelo Ministério Público. Com isso, fixaram a pena em 24 anos de reclusão em regime fechado. O réu não poderá recorrer em liberdade.

reprodu?ao/redesociais - Credito:reproduçao/rede sociais - Alan Fabiano Pinto de Jesus, 44 anos, acusado de feminicídio,contra Luciana de Melo Ferreira.

O caso

O acusado e vigilante Alan, com 45 anos na época, entrou no prédio onde Luciana vivia, no Sudoeste, após conseguir abrir a porta com uma senha. Imagens das câmeras de segurança do local registraram o momento em que o ex-namorado chegou encapuzado no apartamento da vítima, duas horas antes do crime. Segundo a polícia, Alan esperou escondido nas escadas, até que Luciana chegasse, às 22h32.

Em seguida, ele foi ao apartamento dela e, 17 minutos mais tarde, deixou o prédio com uma bolsa de cor escura e sem encostar na fechadura da portaria. O corpo de Luciana só foi encontrado pela filha dois dias depois com 48 perfurações feitas por um objeto pequeno. A investigação acredita que o crime foi premeditado.

Relacionamento

Luciana e Alan namoraram durante quatro meses. Em outubro de 2019, Luciana rompeu o relacionamento. Ela já havia denunciado Alan por violência doméstica, depois de um episódio em que ele jogou o carro em que ambos estavam contra uma árvore. O acusado chegou a ser preso na época, mas foi liberado com a condição de usar uma tornozeleira eletrônica.

A Justiça também o proibiu de se aproximar da vítima, dos familiares dela, do apartamento, e do local em que ela trabalhava. No entanto, no mesmo mês em que o crime ocorreu, Luciana decidiu autorizar a retirada da medida, uma vez que ela acreditava que Alan não voltaria a procurá-la.