Os familiares de Wanderson Mota Protácio, 21 anos, acusado de matar três pessoas no último domingo (28/11), temem pela própria segurança. "Temos medo dele fazer alguma coisa com a gente, ou alguém com raiva de ele querer fazer algo", relatou ao Correio uma prima distante do foragido.
A jovem detalhou que o contato entre os dois era raro e que eles se viam poucas vezes. "Somos muito distantes. Mas todo mundo da família comenta que ele sempre foi muito agitado, não parava quieto. Saiu do Maranhão sem ninguém de lá gostar dele, devido a uma confusão", conta.
Depois de cometer os assassinatos no domingo, Wanderson fugiu para Alexânia e chegou a visitar uma igreja evangélica na cidade. Ele tentou contato com alguns familiares, mas até então, nenhum deles sabia do crime ocorrido.
"Agora, o pai dele (Wanderson) disse que o caso está nas mãos da Justiça. Ele meio que já lavou as mãos. Já fez de tudo que podia. O pai dele já está esgotado. A gente nem sabe mais o que pensar porque preso ele já foi outras vezes, mas depois sai e faz pior", pondera.
Últimos passos
Antes de fugir para Abadiânia, Wanderson visitou uma igreja evangélica, por volta de 20h40, em Alexania. O pastor da Assembleia, Reginaldo Santos, destaca que ele chegou quando o culto já havia terminado.
"Ele chegou meio perturbado e eu disse que ele precisava procurar Deus para a vida dele. Perguntei onde ele estava morando e falei para procurar uma igreja que ficasse perto para congregar", detalha.
O pastor confessou que não teve tempo de conversar com Wanderson. "Não sentei com ele porque precisava levar uma senhora para casa, porque ela tem problema de visão. Mas ele disse que estava precisando de oração, de uma bênção de Deus", conta.
O líder religioso descobriu o crime somente no dia seguinte, segunda-feira (29/11), quando viu as notícias. "Fiquei imaginando o risco de ele cometer alguma coisa com a gente na igreja", relata.
Relembre
Wanderson é suspeito de ter matado a facadas, no último domingo (28/11), a namorada grávida de quatro meses, a enteada, de 2 anos e 9 meses, e um fazendeiro, de 73 anos, com um tiro na cabeça, em Corumbá de Goiás.
Natural de Governador Nunes Freire (MA), Wanderson chegou em Goiás para trabalhar como caseiro. Ele foi contratado para trabalhar, há cerca de um mês, em uma fazenda em Corumbá, em uma região de Congonhas dos Alves.
Wanderson então mudou-se com Rariane Aranha, 19 anos, e a enteada, Geysa Aranha, que segundo relatos, fazia questão de chamar de filha.
De acordo com as investigações, após cometer o crime na casa em que morava como caseiro com a família, Wanderson foi até a fazenda do patrão, onde furtou um revólver com seis munições e se deslocou até uma propriedade vizinha. No local, matou o fazendeiro Roberto Clemente de Matos e tentou estuprar a esposa dele.
A mulher ainda foi baleada no ombro e se fingiu de morta para escapar. O assassino levou a caminhonete de Roberto e abandonou o veículo após alguns quilômetros, na GO-225.