Educação

Escola protesta em resposta aos ataques por causa de mural polêmico

Desenhos sobre o Dia da Consciência Negra foram alvos de ataques e corpo docente da escola militarizada da Estrutural protestou contra censura

Em resposta aos ataques que professores e estudantes do Centro Educacional 1 da Estrutural (CED 1) sofreram por causa dos cartazes sobre o Dia da Consciência Negra, o corpo docente da escola protestou, na manhã desta quinta-feira (2/12) contra a censura e pela democracia.

Durante o ato, no ginásio da escola, estudantes e professores fizeram uma roda de capoeira, levantaram cartazes e receberam discursos de apoio dos parlamentares Leandro Grass (Rede), Fábio Félix (Psol) e do o ex-secretário de Educação Rafael Parente (PSB).

No protesto pacífico em defesa de alunos e professores, os docentes discursaram sobre a importância da liberdade de expressão, seja por meio de cartazes, desenhos ou músicas.

Polêmica

O Centro Educacional 1 da Estrutural (CED 1) virou alvo de protestos após atividade especial, na última sexta-feira, alusiva à Consciência Negra. A escola, cuja gestão é compartilhada entre civis e militares, tornou-se o centro de uma polêmica entre docentes e policiais após uma exposição, disposta em um dos corredores do colégio. Entre as figuras expostas, estavam imagens que denunciavam atitudes racistas da Polícia Militar; em uma delas, um PM aparece com uma suástica. As ilustrações foram feitas por alunos.

De acordo com a vice-diretora da unidade, Luciana Pain, 40 anos, a direção militar da escola pediu que os itens fossem retirados, mas ela se recusou. Entre os painéis, há imagens que valorizam a cultura africana e tirinhas que abordam o preconceito racial. Segundo a vice-diretora, as ilustrações abordavam assuntos relacionados à negritude e não passaram por nenhum tipo de manipulação.