A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) investiga denúncia de um caso de improbidade administrativa envolvendo oficiais do alto escalão da corporação. O major Fábio Borges Ferreira da Costa, lotado no gabinete do subcomandante-geral, Hércules Freitas, teria acionado pelo 190 uma viatura indevidamente, após uma festa em sua casa, no Park Way, para que os policiais levassem um funcionário até a residência, segundo denúncia detalhada na ocorrência e obtida pelo Correio. A ordem superior também partiu do próprio subcomandante.
O caso ocorreu na quarta-feira passada (22/12). Com base no documento, por volta das 22h, o major ligou para o 190 — número para o atendimento de ocorrências policiais destinado à população — e ordenou que a equipe da viatura levasse um dos funcionários dele até em casa, em Ceilândia. Sabendo da ilegalidade, os PMs o questionaram e negaram, até que Fábio, em tom autoritário, disse que a ordem teria partido do próprio subcomandante-geral da PM.
O comandante da equipe, no entanto, afirmou ao major que, antes de qualquer atitude, ligaria para o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) para verificar a ordem. Em resposta, o major teria dito: “Pode falar com quem quiser, a ordem é do subcomandante-geral”. O supervisor foi informado de que de fato o subcomandante Hércules havia ligado para o chefe do Copom e pedido para que o funcionário do major fosse deixado em casa. A situação gerou desconforto na corporação e resultou na homologação da ocorrência. O caso, agora, segue em apuração pela PMDF. A reportagem tenta contato com o major Fábio Borges e com o subcomandante-geral. O espaço permanece aberto para manifestações.
Condenações
Em 2019, o major Fábio Borges foi nomeado como administrador regional da Estrutural e chegou a ser condenado duas vezes pela Justiça por exercício irregular do comércio.
Segundo a Justiça, o major atuava como administrador em uma empresa de eventos. Em um dos casos, ele fechou contrato para fazer a formatura do curso de praças do Corpo de Bombeiros do DF, mas não teria dito que era policial. A situação só foi descoberta depois da festa pelos formandos. Noutra ocasião, o major chegou a oferecer churrasco de graça aos formandos da PMDF, caso o contrato fosse fechado com a empresa dele.
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