Desaparecido desde 17 de dezembro, o motorista de ônibus do DF Cleuton Batista de Souza foi encontrado sem vida em uma região de mata, na CL 114 atrás do Santa Maria Shopping, com diversas perfurações no corpo causadas por uma faca. Apontada como a principal suspeita do homicídio, a prima do rodoviário, que não teve a identidade revelada, prestou um depoimento contraditório na delegacia. Segundo as investigações, a causa do assassinato seria uma dívida que a mulher tinha com Cleuton, que ultrapassava R$ 14 mil.
Ao Correio, a delegada-chefe da 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria), Cláudia Alcântara, disse que Cleuton foi vítima de uma emboscada. Na noite do dia 17, a prima teria entrado em contato com ele para marcar um encontro, dizendo que pretendia pagar e negociar a dívida. No local, a suspeita estaria na companhia de um comparsa e, em depoimento, alegou que Cleuton tentou agredi-la, e para defendê-la, o colega teria desferido facadas no pescoço e nas costas do rodoviário.
A polícia ainda investiga se a prima teria encomendado o assassinato ou se ela mesma teria praticado o ato. Ainda durante o interrogatório, a suspeita disse que o motorista correu rumo ao matagal. Após as informações, os investigadores da 33ª DP localizaram o corpo de Cleuton, nesta terça-feira (28/12). “Ela não foi presa de imediato por não estar na situação em flagrante. Ainda estamos esclarecendo alguns pontos obscuros da investigação e, a partir daí, vamos pedir ou não a prisão dela e do comparsa”, frisou a delegada Cláudia.
Dívida
Na versão contada pela prima, Cleuton teria vendido um carro e emprestado o dinheiro para a suspeita sob a condição de pagamento com juros. Ele teria repassado R$ 11 mil para a prima que também devia cerca de R$ 4 mil em cartões de crédito do rodoviário. Agora, a polícia aguarda o resultado do laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) para o andamento da apuração.
O outro lado
Ao Correio, Deuel Gontijo, advogado de Liliane e Diego, acusados do crime, conta outra versão do caso. Segundo ele, Cleuton havia rompido a relação com a mulher por uma suposta traição por parte dele. A prima, então, teria falado que a esposa do motorista também havia o traído na época. “O Cleuton foi na casa dela muito nervoso e alterado, pedindo para que ela contasse. A Liliane disse que iria trabalhar e, na volta, o encontraria em frente a uma churrascaria.”
De acordo com o advogado, Liliane passou no lava-jato e chamou um amigo para ir com ela, o Diego, pois estaria com medo da reação de Cleuton. No local indicado, Liliane e Diego estavam em um carro, sendo Diego no banco de trás. “Quando o Cleuton entrou no carro, ele esganou o pescoço dela e disse para ela contar toda a história, mas ele não reparou que tinha outra pessoa no veículo. Nesse momento, Diego desferiu uma facada no rosto de Cleuton. Em nenhum momento, Liliane sabia que Diego estava com uma facada e nem que tinha a intenção de fazer isso”, disse Deuel.
Após o crime e com Cleuton ferido, o advogado conta que Liliane dirigiu sem rumo próximo ao shopping de Santa Maria, quando Cleuton teria descido do veículo e saído correndo. “Ela foi em casa, tomou banho, pois estava suja de sangue e voltou ao local, pois acreditava que ele estava vivo. Quando chegou, não o encontrou e, por isso, ele estava desaparecido.” Liliane procurou o advogado e prestou depoimento na 33ª DP. A mulher e a equipe policial chegaram a refazer o trajeto e ir em busca do corpo, mas não localizaram. No outro dia, na terça-feira, Diego também prestou depoimento e refez novamente o trajeto, até que localizaram o cadáver de Cleuton. “Tanto Liliane quanto Diego irão se apresentar, caso algum mandado seja expedido, e não irão se esquivar de nenhum fato”, finalizou Deuel.
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