As obras de melhorias no desvio da GO-118, rodovia interditada devido a uma cratera, devem ter início nesta semana. A previsão da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), responsável pela via, é de que a trafegabilidade na rota alternativa esteja garantida três semanas após o início das obras — "se as condições climáticas estiverem favoráveis", reforçou a agência. Enquanto isso, a população dos municípios afetados pela interdição da passagem teme pela economia local, pois afirma que a rota alternativa não tem condições de ser utilizada. Guias turísticos da Chapada dos Veadeiros, porém, garantem que o caminho pode ser percorrido tranquilamente. Uma base do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás foi montada provisoriamente em Cavalcante (GO).
O desvio, que tem cerca de 83km a mais do que a rota comum, possui um grande trecho de estrada não pavimentada. Por isso, será feita uma elevação da pista e granitamento da área. Para acessar a rota alternativa, os motoristas devem sair de Alto Paraíso pela GO-239 e seguir até Colinas do Sul. De lá, é preciso acessar a GO-132 e sair à direita na via que dá acesso a Cavalcante e aos demais municípios da região da Chapada dos Veadeiros (veja mapa). Moradores da região relataram à reportagem que maquinários estiveram na estrada de terra ontem para ajustes preliminares.
Segundo a Goinfra, a GO-118 está totalmente interditada desde Alto Paraíso, para que não haja riscos de motoristas se dirigirem para o local. A agência informou que providencia a sinalização com placas em uma extensão de 30km. A erosão surgiu no local na última sexta-feira, véspera de Natal. Desde então, moradores e comerciantes de Teresina de Goiás e de Cavalcante estão isolados e esperam por uma solução. O caminho original entre os municípios e Alto Paraíso está bloqueado. O acesso de Brasília a outros locais da Chapada dos Veadeiros, como São Jorge, São João D'Aliança, Alto Paraíso e Colinas do Sul está desimpedido.
Prejuízos
Enquanto a situação não é resolvida, os comerciantes da região sofrem com o cenário dramático. Flávio Lopes é proprietário da Pousada Fazenda Veredas, a 5km de Cavalcante, há 17 anos e preferiu cancelar todas as reservas para o réveillon. "Está difícil chegar a Cavalcante, nem por Colinas do Sul o acesso está bom. Começamos a devolver o dinheiro do pessoal. Se chegar alguém na pousada, receberemos com o maior prazer, mas acho muito difícil, com a estrada na situação que está", lamenta Flávio, que teve de cancelar 16 reservas e devolver os ingressos vendidos para a virada de ano. "É a primeira vez que precisamos fazer isso. Acabamos de sair de uma fase muito ruim. Por conta da pandemia da covid-19, ficamos fechados 400 dias. Mas a natureza é assim mesmo, contra a chuva e a água, não há argumentos", completa Flávio.
O guia turístico Coleci Gonçalves fez o percurso de Colinas do Sul para Cavalcante, ontem, de cerca de 100km, em aproximadamente quatro horas. "A viagem foi tranquila. Eu fui em um veículo 4x4, mas havia carros pequenos, como Uno e Palio, na estrada. Não há nenhum perigo, a viagem pode ser feita em segurança. Como é uma estrada de terra e está chovendo, tem trechos com muitos buracos e valas, mas as pontes estão boas. Há uma grota no caminho em que a água está acima do nível, mas dá para passar tranquilamente, até com carros pequenos", garante o guia.
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