Ganhar presentes, principalmente em período natalino, sempre é muito bom. Para uma moradora do Amapá, de 64 anos, que faz tratamento no Distrito Federal desde novembro, quando teve piora no quadro de insuficiência cardíaca, receber um coração novo após 40 dias foi o melhor dos presentes.
A espera chegou ao fim após uma viagem de quase mil quilômetros. O coração de um capixaba foi transportado de Vitória para Brasília, pela aeronave U-100 Phenom da Força Aérea Brasileira (FAB), e chegou ao DF na manhã desta terça-feira (28/12).
Em solo brasiliense, o transporte do órgão contou com o apoio da Unidade de Operação Aérea do Detran-DF (OUPA), que executou o trajeto do aeroporto até o Hospital das Forças Armadas (HFA) em quatro minutos.
“É uma das missões gratificantes, que nos enchem de orgulho, porque estamos salvando vidas. O tempo hoje estava chuvoso e, em um certo momento, achamos que não conseguiríamos efetuar o transporte. Mas, felizmente, conseguimos”, enfatizou o chefe da OUPA do Detran-DF, Sérgio Alexandre Martins Dolghi.
Números
Tanto a captação quanto o transplante de coração no Distrito Federal são feitos pelo Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ITCDF). Com o transplante desta terça-feira (28/12) e de outros dois na última semana — uma criança de 2 anos, moradora do DF, e uma idosa, 64, de Minas Gerais — fizeram com que o DF superasse o número de transplantes do coração no comparativo com ano passado. Em 2021, foram 25, enquanto que 2020, 21 procedimentos foram realizados na capital federal. Os dados são de janeiro a dezembro.
Segundo a Secretaria de Saúde, no painel de transplantes disponibilizado ao público desde agosto de 2021, o DF possui, atualmente, 24 pacientes na fila de espera por um transplante de coração.
Quem pode doar?
Existem dois tipos de doadores. Em vida, o doador vivo pode ceder um dos rins, parte do fígado, medula óssea ou parte do pulmão, desde que a doação não prejudique sua saúde. Conforme estabelecido por lei, cônjuges e parentes até o quarto grau podem ser doadores. Caso não haja um doador familiar, é preciso ter uma autorização judicial para realizar o procedimento.
O doador falecido é aquele que foi autorizado pela família para que seja feita a doação de órgãos. Pessoas que sofreram alguma lesão cerebral irreversível decorrente de acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo, ou vítimas de acidente de trânsito com trauma cranioencefálico podem, eventualmente, serem doadores.
No DF, são realizados os transplantes de coração, rim, fígado, córneas e medula óssea, tudo pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os mesmos podem ser feitos pela rede privada, que também realiza o transplante de tecido musculoesquelético.
*Estagiário sob a supervisão de Adson Boaventura
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