Para falar sobre o Dezembro Laranja — mês de conscientização sobre a prevenção ao câncer de pele — e demais cuidados contra possíveis tumores no corpo, o oncologista do Instituto de Câncer de Brasília (ICB) Rafael Botan foi o entrevistado desta quinta-feira (23/12) do CB.Saúde, programa em parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília. Na bancada, a conversa foi conduzida pela jornalista Carmen Souza.
Com a chegada do verão, que começou na última terça-feira (23/12), o especialista comentou sobre a importância de se proteger a pele nesta estação do ano em praias e locais abertos. Em relação aos tipos de cânceres de pele, o oncologista cita a diferença que há duas doenças distintas: o do tipo melanoma e o do tipo não-melanoma. O último, segundo ele, é relacionado à famosa mancha preta ou pinta.
“Dependendo de como é o tipo, pode vir a se relacionar a um melanoma”, explica. Rafael afirma que os outros tipos não têm pigmentação. “Pode ser perolado, avermelhado, mas são bem menos agressivos”, pondera.
Um levantamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), do fim de 2020, mostrou que de cada dez brasileiros, pelo menos seis se expõem ao sol sem nenhum tipo de proteção, o que tem relação com o trabalho, na visão do oncologista do ICB. “Existe a exposição por trabalho, e essas pessoas geralmente não se preocupam mesmo, e talvez seja a exposição mais importante, porque ela é contínua e longa”, argumenta.
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Rafael diz que a pele exposta em momentos de lazer também é outro descuido comum. “As pessoas esquecem algumas regiões que são importantes, como o lábio, que é totalmente exposto ao sol quando a gente vai numa praia. Passamos protetor em todo o corpo e esquecemos dos lábios”, esclarece.
Diagnóstico precoce
Perguntado sobre o câncer de mama e o de próstata, o oncologista explica que a conscientização dos meses em alusão a cada tipo da doença deve ser levada para o restante do ano com foco no diagnóstico precoce.
“O câncer de mama é o nosso campeão de campanhas, mas é sempre bom lembrar que não é só em outubro que a gente tem que falar disso”, alerta. Segundo ele, é válido rastrear os sintomas. “As pacientes maiores de 40 anos, e no máximo 50, têm que estar fazendo o seu rastreio”, diz.
Segundo ele, o câncer de próstata também tem que ser rastreado junto ao médico oncologista, em que é feito o toque para ver se há algum sinal de câncer e investigar. "São os dois cânceres carro-chefe, e estão relacionados a ter uma chance de cura muito alta quando a doença é encontrada precocemente, porque esses outros cânceres têm exames específicos em que a gente consegue rastreá-los mais fácil", compara Rafael Botan.
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