Em entrevista ao CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília — desta quarta-feira (22/12), Valdir Oliveira, superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-DF) destacou a importância dos comércios menores para a retomada da economia do Distrito Federal e do país após a crise causada pela pandemia do novo coronavírus, além de ressaltar o uso das redes sociais como ferramenta de negócios. “A retomada da economia com distribuição de renda só vai ser feita se nós retomarmos com a micro e pequena empresa. São eles que vão conseguir gerar emprego da forma que a gente precisa e distribuir renda”, ressaltou o especialista.
Para tanto, Valdir apontou a necessidade do governo local e nacional terem um cuidado com esses empreendedores para que, por meio deles, a economia alavanque. “São os pequenos empreendedores espalhados pelas regiões administrativas que vão fazer essa economia girar, com distribuição de renda e inclusão social, porque o médio e o grande vão ter limitações, o modelo de negócio é outro. Eles são alavancadores de cadeias produtivas”, analisou o superintendente. “Nós estamos num instante de crise e de retomada da crise. Então, é importante que o governo, principalmente o federal, tenha este olhar de ir atrás desse pequeno empreendedor”, complementou.
Com as portas fechadas e a impossibilidade de trabalhar por conta da pandemia, muitos pequenos e micro negócios quebraram. Segundo o superintendente, estudos feitos mostram que as pequenas empresas não aguentam, em média, 27 dias sem ganhar algo. “Eles ficaram meses sem faturamento. Enquanto as médias e grandes concentraram o seu dinheiro. Essa pandemia trouxe, na verdade, um empobrecimento dos mais pobres e o enriquecimento dos mais ricos”, pontuou Valdir, destacando que a micro e pequena empresa é responsável por 52% dos empregos formais e 27% do Produto Interno Bruto (PIB). “A gente precisa trazer esse pequeno de volta. Se apostarmos nesses, a gente retoma a economia”, avaliou.
Retomada
De acordo com o superintendente do Sebrae-DF, há três pontos a serem seguidos para a retomada da economia pelas pequenas e micro empresas. São eles: a desburocratização, a desoneração tributária e o crédito de fomento. “O grande problema do pequeno empreendedor é a burocracia, porque, de uma forma geral, nós construímos ao longo dos anos um estado muito burocrático. Então, primeiro passo, a gente precisa agir muito forte na desburocratização. Segundo passo, uma desoneração, porque é um crime, às vezes, o que muito é feito com os pequenos empresários na questão tributária. E o terceiro ponto desse tripé da retomada é o crédito de fomento”, explicou Valdir. “Porque se desburocratizar, desonerar e colocar dinheiro na mão dele — micro e pequeno empreendedor —, ele sabe retomar a atividade dele”, acrescentou.
Valdir pontuou a necessidade de união entre os poderes e da população para que economia volte a ter equilíbrio no país. "Nós estamos em um momento de muita dificuldade. A gente precisa, juntos, reconstruir com distribuição de renda, porque o cenário que nós estamos vendo é um cenário de inflação voltando, desemprego elevadíssimo e de descontrole das contas públicas", apontou o superintendente.
Redes Sociais
Uma ferramenta importante de venda e negócios, as redes sociais estão ganhando cada vez mais espaço no mundo dos negócios. O superintendente do Sebrae-DF ressaltou a importância desses canais entre cliente e empreendedor para melhorar a comunicação e as possibilidades de comércio. “É impressionante como rapidamente eles conseguem aproveitar as oportunidades e alavancar os seus negócios. Nós temos empreendedores aqui que se transformaram, porque vendiam e tinham negócios de confecção e passaram a atuar com esses canais digitais e aumentaram o faturamento”, revelou Valdir.
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