Se a estrebaria onde o Menino Jesus veio ao mundo fosse em uma maternidade, com certeza seria na do Hospital Universitário de Brasília (HUB). No lugar dos reis magos, quem recebe os bebês são enfermeiros e técnicos em enfermagem; fazendo o papel de manjedoura, um veludo azul embala os pequenos; em vez de ouro, incenso e mirra, os recém-nascidos ganham gorrinhos, mantas e um ensaio fotográfico. Desde 2019, quem nasce no HUB em dezembro é acolhido com a decoração e os ânimos natalinos.
Como se previsse a dura pandemia que abateria o mundo poucos meses depois, a técnica em enfermagem Márdilla Jeane de Oliveira, 43 anos, é a dona da iniciativa. A colaboradora dá novo significado ao termo "nascimento" e enfeita o ambiente com detalhes que mantêm viva a chama da esperança em tempos cinzentos. A técnica em enfermagem customiza os cartões de identificação das crianças. Todo o material da ação é feito pela mãe de Márdilla, a costureira Rosimeri de Oliveira, que compartilha o talento artesanal com as crianças.
Relembrando que, assim como os enfeites, a construção de um mundo mais fraterno e acolhedor depende do trabalho das mãos de todos nós, Márdilla destaca que teve a ideia enquanto dava banho nos bebês. "Fazia o lacinho e o penteado neles, o que me inspirou a fazer a ação. Pensei em colocar as toquinhas e, se os pais topassem, eu faria o cenário e as fotos, o que deu certo, porque todos gostaram da ideia", orgulha-se a técnica em enfermagem.
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A sensibilidade com a recepção dos pequenos não fica restrita ao Natal. "Como eu sempre gostei de trabalhar com bebês, faço de acordo com a época da festa, tanto que já fiz na Páscoa, no período de festas juninas e no Dia das Mães", detalha Márdilla, que nutre paixão especial pelos chamados bebês reborns, bonecos hiper-realistas de recém-nascidos.
Mãe de primeira viagem, a gerente de sorveteria Aline da Silva França, 28 anos, foi com o marido para o HUB após sentir a pressão alta. Durante o parto normal, de cerca de seis horas, ela ficou surpresa com o clima natalino em volta do nascimento da filha, Gisely, em 4 de dezembro. "Em hospital nenhum eu tinha visto, em um momento tão delicado para a gente, uma coisa marcante assim, que vai ficar para a vida toda", emociona-se a moradora do Cruzeiro Velho.
Por ser católica, Aline sentiu uma aproximação com o clima que envolve a época natalina. "Saber que existem pessoas de bom coração que estão presentes na vida de todo mundo e se preocupam com o próximo foi um momento mágico", comenta a mamãe de Gisely, que, de tão bem-recebida, poderia até ser a estrela principal de um presépio de Natal.
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