Em visita à exposição permanente Poeira, lona e concreto, no Museu Vivo da Memória Candanga, em 17 de novembro deste ano, o antigo diretor do Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria de Cultura do Distrito Federal (DePHA) Silvio Cavalcante encontrou a mostra desativada e, segundo ele, com fotografias históricas de candangos e da Cidade Livre — criada para abrigar trabalhadores na construção de Brasília — jogadas no chão. Atuante no DePHA, entre 1985 e 1995, ele considerou a situação um desrespeito.
Silvio lamenta que a exposição esteja fechada para visitação de estudantes de escolas que retornaram ao ensino presencial em novembro deste ano. “É a primeira coisa triste, porque fechou-se a exposição, sem necessidade”, opina.
Para ele, a mudança da exposição pode ser feita aos poucos, sem precisar interditá-la. “A gente tem que defender a memória de Brasília com aquela exposição, que está na parte principal do museu, porque ela é a alma, o centro e a memória daquele espaço”, avalia.
Secretaria de Cultura
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec) explica que, por decisão técnica, a mostra foi fechada para manutenção e restauro e que há previsão de que retorne a ser vista em 2022. O fechamento para manutenção foi decidido pela Subsecretaria de Patrimônio e Conservação.
A exposição
A exposição Poeira, lona e concreto foi inaugurada em abril de 1991. Este ano houve a comemoração dos 30 anos da existência dela. A mostra teve composição com base em três acervos primordiais, conseguidos por doação: acervo do fotógrafo pioneiro Mario Moreira Fontenelle, acervo do Brasília Palace Hotel e acervo de objetos remanescentes do Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira. A tudo, foram acrescentadas inúmeras fotografias da batalha dos mil dias da construção da nova capital do Brasil.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.