Ação social

Abaixo-assinado pede que a Creche Irmã Elvira não seja fechada

Instituição social fica no Núcleo Bandeirante, atende 160 crianças e tem 40 funcionários, mas os recursos não estão sendo o suficientes para manter o funcionamento

Thays Martins
postado em 16/12/2021 19:50 / atualizado em 17/12/2021 08:23
 (crédito: arquivo pessoal )
(crédito: arquivo pessoal )

Após mais de 20 anos, a Creche Irmã Elvira, no Núcleo Bandeirante, vai fechar as portas. Os pais das 160 crianças atendidas pela creche foram avisados nesta quinta-feira (16/12) que a instituição não terá condições de manter as atividades.

A creche é administrada pelo Instituto Integridade, responsável também pelo Lar dos Velhinhos Maria de Madalena. A instituição social é mantida por doações e por um convênio com a Secretaria de Educação do DF. No entanto, a creche alega que com os impactos da pandemia, o dinheiro não está sendo suficiente para manter o funcionando da escolinha. Atualmente, o GDF repassa R$ 803,47 por criança matriculada.

De acordo com a coordenadora da creche, Michelle Aparecida, a intenção da instituição era passar a atender crianças do maternal I e II, mas a Secretária de Educação quer que eles atendam berçário. Entretanto, os valores recebidos atualmente não são suficientes para atender bebês. Michelle diz que a creche já acumula um déficit de R$ 30 mil mensal.  "Nós fizemos uma proposta para a Secretaria de Educação e eles não aceitaram. Eles acham que devemos atender berçário, mas é inviável  por conta de não ter tido reajuste. A instituição tem contribuído com valores para atender a creche, mas a gente não tem mais condições, porque temos nossos idosos para atender. O valor que eles repassam precisam ser suficientes para atender as crianças. A gente está lamentando bastante essa situação", afirma a coordenadora. 

Por isso, os pais começaram um abaixo-assinado para tentar impedir o fechamento da instituição. Em poucas horas de criação, o documento on-line já tem mais de 360 assinaturas.

De acordo com uma das mães de aluno, Flávia Camila Gonçalves Franco, os pais foram informados que a creche tentava renegociar os valores com a Secretaria, mas que não houve novo acordo. "Desde então, nós pais estamos nos mobilizando para chamar atenção para nossa história, para que a Secretaria olhe por nós e reverta essa situação. Nossa comunidade não tem creches o suficiente para comportar esse número de alunos que serão desligados da instituição. Estamos na pública por um motivo. E sem contar os funcionários! As professoras tratam as crianças como se fossem filhos. Da melhor forma possível, a creche fornece de tudo. Serão mandadas embora assim? Precisamos de respostas! Precisamos de garantia de novas vagas para nossos filhos", cobra. 

Flávia ainda lembra que alguns pais acabaram de conseguir a vaga na creche e terão de voltar para a lista de espera por um nova vaga em outro lugar. 

A Creche Irmã Elvira foi inaugurada em 7 de março de 1980 e hoje atende crianças de quatro meses a quatro anos oriundas de famílias carentes.

A reportagem procurou a Secretaria de Educação que informou, via assessoria de imprensa, que está analisando os planos de trabalho enviados pelas OSCs mantenedoras das creches parceiras para avaliar a viabilidade de fazer o termo aditivo por 12 meses ou até a conclusão do chamamento público. "No caso específico da creche Irmã Elvira, se o plano de trabalho mostrar inconsistência que impeça o aditivo, a Secretaria de Educação estudará outra forma de atendimento às crianças, dentre elas o credenciamento de nova parceria", informou. 

 

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