Pandemia deixou pessoas impacientes, avalia diretor-geral do Detran-DF

Durante entrevista ao CB.Poder, diretor-geral do Detran-DF, Zélio Maia da Rocha, comentou sobre casos de atropelamentos, redução de mortes e programas de conscientização do órgão

Pedro Marra

postado em 14/12/2021 15:33 / atualizado em 14/12/2021 15:33

(crédito: TV Brasília/Reprodução)

O diretor-geral do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran), Zélio Maia da Rocha, comentou, nesta terça-feira (14/12), sobre os recentes casos de atropelamento no DF, a redução de 27% nas mortes no trânsito e explicou como o órgão tem organizado os programas de conscientização para evitar mais números negativos. A entrevista foi dada ao CB.Poder, parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília, e conduzida pela jornalista Adriana Bernardes.

Ao responder sobre os atropelamentos no DF, Zélio citou a conversa com uma psicóloga sobre a motivação para os motoristas agirem dessa forma. “Chegamos ao consenso de que a pandemia trouxe, depois que começou a se relativizar as restrições, as pessoas saíram de um estado pandêmico e saíram literalmente depressivas e impacientes, mas acho que isso não justifica, e é uma questão educacional”, analisa.

De acordo com ele, são casos realmente de investigação por parte do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e da Polícia Civil do DF (PCDF), pois as pessoas precisam aprender a dividir o espaço no trânsito. “Estamos fazendo campanhas de trazer o motorista para uma visão de compartilhamentos de espaços, para abordar a conduta hoje, e não pensando de quando obteve a carteira de habilitação, mas educar quando achar o erro”, afirma o diretor-geral do Detran-DF.

Em relação a programas de campanhas de conscientização, Zélio comentou que a queda de 27% nas mortes de trânsito de janeiro a outubro de 2020 na comparação com 2021 é reflexo da baixa circulação de pessoas em 2020. “Essa redução fez com que economizássemos 55 vidas, mas ainda temos um número muito preocupante de mortes”, comemora.

Neste ano, foram registradas 155 mortes até este penúltimo mês. De 2021 em relação a 2019, a diminuição é de 43%. “Estamos com muitas campanhas educativas na rua e muita fiscalização, porque não se combate violência no trânsito sem fiscalização efetiva”, destaca.

Alcoolemia

Zélio Maia foi perguntado sobre como conscientizar as pessoas para que evitem a junção de álcool e direção. Houve um aumento no número de condutores flagrados alcoolizado e um total de 24 mil motoristas foram autuados nos primeiros onze meses de 2021. Segundo ele, esse é um número inversamente proporcional ao número de mortes, graças à fiscalização. “Estamos no rumo certo, que é a fiscalização, que tem sido efetiva e tem salvado vidas”, afirma.

Pensando na conscientização do trânsito para os jovens, o Detran-DF vai entregar, em fevereiro de 2022, o certificado de Cidadania no Trânsito em uma escola de Planaltina. O diretor-geral da autarquia destaca que a Secretaria de Educação (SEEDF) achou melhor fazer um projeto piloto primeiro para analisar o resultado.

O projeto conta com aulas para os alunos do ensino médio da rede pública. “O Detran está fornecendo 90 horas/aula para discutir não só sinais de trânsito, legislação de trânsito, mas noção de cidadania”, afirma. Até o momento, o órgão distribuiu o projeto em seis escolas, mas tem o objetivo de implementar o modelo em todas as 92 escolas públicas do Distrito Federal.