Morreu, neste domingo (12/12), o pesquisador e professor voluntário da Universidade de Brasília (UnB), Benedito Medeiros Neto, vítima de ataque cardíaco. O docente, doutor em Ciência da Informação pela Faculdade de Ciência da Informação da UnB, fazia parte da Faculdade de Comunicação e Departamento de Ciência da Comunicação da UnB desde 2012, e era referência como pesquisador nos temas de ciência da informação, comunicação da informação e inclusão digital.
Em uma publicação nas redes sociais, a jornalista e professora Thais de Mendonça Jorge, amiga de Medeiros, prestou homenagem ao professor. “É claro que todos nós que o conhecemos — e mais ainda sua família — sempre vamos achar que ele poderia ficar mais um tempo por aqui. Mas que ele se foi com as contas pagas parece ter sido assim mesmo. “Não sabíamos que seria para sempre. Salve, Med, até um dia”, completou.
Thais participou da pesquisa Mídia Digital Multimodal (MDM) junto com Medeiros. Ao Correio, ela explicou que o livro, com os resultados dos estudos, havia sido publicado há cerca de uma semana. “Tivemos o projeto financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O objetivo era investigar como as redações jornalísticas lidavam com o processo de mudança do analógico para o digital. Nós começamos em 2014 e terminamos em 2018. Era um projeto de fundamental importância, principalmente agora, que as redações estão em plena transição”.
A pesquisadora conta que o grupo saiu em direção a redações do mundo inteiro fazendo a pesquisa, e Medeiros participou desde o início. De acordo com a professora, ele foi responsável pela integração de pesquisadores brasileiros com pessoas de outros países. Denominado “Digital Convergence in Contemporary Newsrooms”, o livro foi publicado por uma editora estrangeira, Springer. “Conheço dele desde 2013, e tínhamos uma convivência muito assídua, até agora. Se não fosse pelo esforço dele, esse livro não teria saído. Imagina congregar pesquisadores daqui, de vários setores do Brasil, e mais pesquisadores estrangeiros, era um trabalho mercúrio. Parecia que ele estava cumprindo uma missão”, diz.
Conhecido no meio acadêmico, Medeiros atuou como gerente de diretoria dos Correios, foi consultor de inclusão digital do Ministério das Comunicações e atuou como pesquisador e professor na UnB e no Centro Universitário de Brasília (Ceub). “Medeiros era uma pessoa doce, queria fazer o bem sempre, era conciliador”, completa Thais.
Grande homem de família
Nordestino, Medeiros deixa quatro filhos e a esposa, a médica epidemiologista Goretti Medeiros. De acordo com o amigo há mais de 20 anos e professor, Edgard Costa Oliveira, 49, ele tinha a família como peça fundamental para viver a felicidade. “Ele era uma pessoa preocupada em fazer o bem, tentava auxiliar as pessoas e ver novas oportunidades. Ele tinha uma mente criativa, capacidade grande de ver projetos, articulação com outras pessoas”, diz.
De acordo com Edgard, Medeiros era adepto da Rosacruz Áurea, escola iniciática contemporânea, dedicada à transformação da consciência e da vida do ser humano atual. “Ele tinha energia, entusiasmo. Era uma pessoa com a alma grande, com certeza ele tinha sabedoria para viver essa nova transição. Tinha conhecimento das coisas da vida, e do além, e isso nos dá um conforto”, diz. “A saudade que fica é grande, mas os aprendizados também. O otimismo dele vai fazer muita falta”, reitera.
A família e os amigos vão despedir-se do professor nesta segunda-feira (13/12), a partir das 12h30, na Capela 3 do Cemitério Campo da Esperança. O sepultamento acontecerá às 15h.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.