Um bebê de 1 ano passou por uma cirurgia de extrofia de bexiga, neste sábado (11/12), no Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB). O Grupo Cooperativo Brasileiro Multi-Institucional, que realizou o procedimento, usou a Técnica de Kelley, considerada inovadora. Ela repara a malformação sem modificar a estrutura da pelve (bacia) e preservando outros órgãos do corpo humano.
A extrofia de bexiga atinge, além da bexiga, a parede abdominal inferior, os ossos do quadril e o aparelho genital do paciente, deixando esses órgãos expostos, fora do abdômen. A prevalência da extrofia de bexiga é em torno de três para cada 100 mil nascidos vivos. Em Brasília, nasce uma criança por ano com essa malformação.
Depois que o procedimento terminou, a criança foi levada para um leito de unidade de terapia intensiva (UTI) do HCB. O menino ficará internado por, pelo menos, uma semana. Segundo o cirurgião, urologista pediátrico e coordenador de urologia do Hospital da Criança de Brasília, Hélio Buson, um dos integrantes do Grupo Cooperativo, o paciente ficará sedado durante esse tempo, para não comprometer a recuperação.
“Durante esta semana, a criança será mantida por respirador, onde ela fica completamente relaxada, com sedação. Isso é necessário para que as coisas funcionem bem, e que o menino não fique se mexendo ou sentindo dor”, explica.
A criança é natural de Formosa (GO). Ela era acompanhada pelo Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) quando recebeu o diagnóstico de extrofia de bexiga, e foi encaminhada ao HCB no primeiro semestre deste ano. Desde então, o menino vinha sendo preparado para a cirurgia.
Técnica promissora
A técnica de Kelley foi idealizada há cerca de 50 anos pelo urologista pediátrico australiano Justin Kelley, e começou a ser empregada no Brasil em 2019, quando o médico Nicanor Macedo idealizou o Grupo Cooperativo.
Hélio avalia que os resultados são melhores do que os que se obtinha antigamente: "Sem a Técnica de Kelley, eram poucos os pacientes que alcançavam continência urinária adequada. A grande maioria dessas crianças sempre ficou incontinente e, por isso, tinham que ser submetidas a várias outras cirurgias para tentar alcançar um estado em que ela ficasse seca sem perder urina”.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.