Para contribuir com a conservação da Estação Ecológica das Águas Emendadas (Esecae), cerca de três mil mudas de árvores nativas do cerrado foram doadas aos moradores de quatro comunidades rurais do entorno da região. A ação, que é realizada por meio da iniciativa de uma associação informal que atua no local, intitulada Guardiões das Águas Emendadas (GAE), em parceria com a Emater-DF, a Secretaria de Agricultura (Seagri) e o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), tem como objetivo contribuir para a preservação e o reflorestamento da estação, considerada uma das mais importantes reservas naturais do DF. As entregas foram feitas para os produtores e os chacareiros das comunidades Quintas do Vale Verde, Jardim Morumbi, Bonsucesso e Quintas do Maranhão.
Participante do projeto, a professora Flávia Lamounier, 36 anos, lembra que, quando soube que aconteciam as distribuições, foi uma das primeiras a garantir algumas mudas para plantar no lote onde mora. "É um projeto de conservação e, como são mudas do cerrado, é uma vantagem para a gente, para a fauna e para a flora da região", avalia a moradora de Bonsucesso.
Flávia faz parte do grupo de produtores e moradores que já veem retorno nas mudas plantadas na região. "Algumas dessas plantas, as pessoas têm que comprar e aqui estavam disponibilizando para nós. Eu vi a possibilidade de reflorestar a minha chácara com árvores que há muito tempo foram cortadas", completa Flávia que pegou 10 mudas no projeto, entre elas os ipês branco e rosa.
Guardiões
A iniciativa para a realização da ação surgiu da própria comunidade, por meio da GAE. Idealizador e coordenador do projeto, Marcelo Benini, 51, mora em uma chácara próxima da região e conta que desde 1983 incentiva a conservação do espaço. Com esse objetivo, a GAE criou o projeto Mudas Silvestres Gratuitas. Equipes da Emater ficam responsáveis pela visita às propriedades. Elas fazem o levantamento de áreas de reserva que precisam ser recuperadas e inscrevem o produtor no programa para receber mudas silvestres típicas do cerrado.
A distribuição se encerrou no último dia 24. Agora, os moradores e produtores rurais, que receberam as mudas, ficam responsáveis pelo plantio. Para isso, a Emater orienta sobre a forma correta de realizar o procedimento e como fazer a manutenção. "Não é só plantar árvores. Claro que tem a questão ecológica, se você planta três mil árvores, isso vai causar algum impacto. Mas é também, no meu entendimento pessoal, colocar esse assunto no dia a dia das pessoas de uma comunidade rural, que é tão esquecida. Isso é o fundamental, o assunto de preservação ambiental, da importância das águas, fazer parte da vida de centenas de pessoas. Isso é o início de uma mudança de paradigma", garante Benini.
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