A Justiça do Distrito Federal concedeu alvará de soltura à Laryssa Yasmin Pires de Moraes, 21 anos, presa por assassinar a filha, Júlia Felix de Moraes, de 2 anos, a facadas. O crime aconteceu em 13 de fevereiro de 2020, em uma quitinete, na Colônia Agrícola Samambaia, em Vicente Pires. Laryssa, que estava detida na Penitenciária Feminina do DF (PFDF), usará tornozeleira eletrônica e deverá cumprir uma série de medidas cautelares.
A decisão foi deferida na última terça-feira (7/12) e assinada pelo desembargador Demetrius Gomes Cavalcanti. Laryssa está proibida de ausentar-se da capital sem autorização judicial e deverá comparecer a todos os atos do processo. A ré deverá, ainda, ter a circulação controlada pelo dispositivo de monitoração eletrônica. Com base na determinação, Laryssa deverá ficar em casa de segunda-feira a sexta-feira, das 20h às 7h, e nos finais de semana e feriados em tempo integral, fixados no raio de 20 metros.
O magistrado considerou que, diante dos fatos e depoimentos prestados tanto por Laryssa quanto do pai da criança, "verifica-se de forma indene de dúvidas, a existência da materialidade delitiva". O juiz acrescentou, ainda, que são constatadas "inconsistências apresentadas entre as declarações prestadas" e as provas técnicas produzidas no curso da persecução penal, em especial, as conclusões apontadas pelos peritos, quando da elaboração do laudo pericial da reconstituição simulada dos fatos, bem como o primeiro depoimento prestado pela acusada. "Em sendo assim, o aprofundamento nas investigações se mostra necessário, a fim de que os fatos sejam melhor esclarecidos, na busca da verdade real", frisou.
Na época, o crime comoveu e chocou todo o DF. A pequena Júlia Felix foi assassinada por asfixia e com dois golpes de faca no tórax. Laryssa Yasmin acabou presa em flagrante, e, depois de confrontada com provas, confessou a autoria. Segundo as investigações conduzidas pela 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro), a mãe Yasmin teria levantado por volta das 5h30 e levou a criança à cozinha, onde tentou desferir a primeira facada, próxima ao pescoço de Júlia. Depois de Júlia acordar e começar a chorar, ela sufocou a menina e a esfaqueou duas vezes no tórax. Em seguida, voltou ao quarto e, com outra faca, tentou agredir o pai de Júlia, um jovem de 25 anos, que sofreu um corte no rosto.
Inicialmente, apurava-se o envolvimento do pai no assassinato, mas a participação foi descartada logo depois. O homem desarmou Laryssa e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A gravação, periciada pela polícia, serviu para desmentir argumentos apresentados pela mãe de que ela teria atacado o pai da menina por acreditar que ele a acusava da morte da criança.
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