Caso Wanderson Mota

"Não demonstra arrependimento", diz Secretário de Segurança sobre Wanderson

Assassino se entregou na manhã deste sábado à polícia de Gameleira, cidade a cerca de 56km de Abadiânia, em Goiás

Edis Henrique Peres
Ana Maria Pol
postado em 04/12/2021 12:24
 (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
(crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
Após cinco dias de fuga, Wanderson Mota Protácio, 21 anos, se entregou à polícia. No entanto, de acordo com o relato do secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, Wanderson demonstra uma personalidade que pode, até, ser chamada de psicopata.

"Ele não demonstra arrependimento. Trata (o assunto) com frieza, assim como em outros crimes que cometeu", afirma. Após as oitivas na 3 Delegacia Regional de Polícia (Anápolis), Wanderson irá para o Instituto Médico Legal e depois para o núcleo de audiência de custódia de Aparecida de Goiânia.

Sobre a comparação das buscas por Lázaro Barbosa e por Wanderson, Rodney destacou: "os dois são criminosos perigosos, mas o histórico do Lázaro de continuar cometendo crimes e não se entregar fez com que adotassemos medidas mais incisivas".

Sobre a punição de Wanderson, o secretário pontua que é necessário que a justiça seja feita. "Como cidadão, espero que ele tome os mais de cem anos que ele pode a ser condenado e que fique, ao menos, os quarenta anos que a lei permite em carceragem", afirma.
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  • Durante a coletiva, Cinda Mara falou sobre o que aconteceu e como convenceu Wanderson a se entregar
    Ed Alves/CB/DA Press
  • Wanderson Mota se entregou na manhã deste sábado (4/12)
    Wanderson Mota se entregou na manhã deste sábado (4/12) Material cedido ao Correio
  • Cinda Mara Siqueira depõe na delegacia após convencer Wanderson a se entregar
    Cinda Mara Siqueira depõe na delegacia após convencer Wanderson a se entregar Ed Alves/CB/DA Press
  • O criminoso foi trazido para a 3ª DP de Anápolis após se entregar
    O criminoso foi trazido para a 3ª DP de Anápolis após se entregar Ed Alves/CB/DA Press

 

Relembre

Wanderson Mota Protácio, 21 anos, se tornou o principal suspeito de matar a namorada grávida de quatro meses, Raniere Aranha, 19, e a enteada, de 2 anos e 9 meses, a facadas, dentro de casa. O caso aconteceu no último domingo (28/11). Depois disso, teria ido até a fazenda do patrão, onde furtou um revólver com seis munições e se deslocou até uma propriedade vizinha e matou o fazendeiro Roberto Clemente de Matos, 73, e tentou estuprar a esposa dele.

Depois de cometer os assassinatos no domingo, Wanderson fugiu para Alexânia e chegou a visitar uma igreja evangélica na cidade. Ele tentou contato com alguns familiares, mas até então, nenhum deles sabia do crime ocorrido.

Cerca de 70 policiais participaram da operação, que durou cinco dias e acabou na manhã deste sábado (4/12), após Wanderson se entregar à polícia. Segundo relatos, o foragido apareceu durante a noite de sexta-feira (3/12) em outra fazenda da região de Gameleira, cidade onde eram concentradas parte das buscas, a 56km de Abadiânia. No local, a proprietária o convenceu a se entregar. A mulher veio com o assassino até a área urbana da cidade por volta de 7h30. Após o criminoso se entregar, os dois foram levados para a 3ª Delegacia de Polícia de Anápolis.

Outro crimes

Além do triplo homicídio, o fugitivo é acusado de tentar matar uma mulher a facadas, em 2019, em Goianópolis (GO). O processo tramita no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) e a sentença ainda não foi decretada. Nos autos, consta que a tentativa de feminicídio aconteceu em 8 de dezembro de 2019, quando Wanderson chegou em casa sob efeito de drogas e álcool pela manhã.

Com uma faca em mãos, o caseiro obrigou a vítima a entrar em um dos quartos da residência com ele. Com a negativa, o agressor desferiu vários golpes contra as costas da mulher. A faca chegou a quebrar e, depois disso, Wanderson fugiu pulando os muros e se escondeu em uma casa próxima.

Em novembro de 2020, Wanderson teria, ainda, matado um taxista em São Gotardo (MG), a quase 550km de distância de Brasília. A vítima era Maurício Lopes Mariano, que tinha 25 anos. O acusado teve ajuda de dois menores de idade e um adulto. Wanderson foi indiciado pelos crimes de latrocínio, extorsão, corrupção de menores e tráfico. Nove dias depois da prisão, em 4 de dezembro, o inquérito foi concluído e enviado à Justiça de MG.

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