Feminicídio

''Já existia um histórico de agressão'', afirma delegado responsável pelo caso de jovem morta pelo namorado

Giovanna Laura Santos Peters foi encontrada morta na madrugada desta sexta-feira (3/12). A jovem estava desaparecida desde segunda-feira

Júlia Eleutério
Renata Nagashima
postado em 03/12/2021 12:34 / atualizado em 03/12/2021 13:27
 (crédito: Reprodução)
(crédito: Reprodução)

Giovanna Laura Santos Peters, 20 anos, foi encontrada morta na madrugada desta sexta-feira (3/12), atrás da antiga academia da PCDF, em Taguatinga. O namorado, Leandro de Araújo Marques, de 22 anos, confessou o crime e está preso. De acordo com o Delegado-chefe Gustavo Farias Gomes da 23ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Sul), responsável pela investigação, "já existia um histórico de agressão e ele era muito ciumento."

Farias afirmou que a mãe de Giovanna ligou para ela no dia seguinte ao crime, segunda-feira (29/11). Sem resposta, ela tentou contato com Leandro, que afirmou ter visto a namorada pela última vez naquela manhã. "Ele disse que, da casa dele, ela teria pego um Uber e não teve mais notícias", acrescentou Farias. A mãe da vítima procurou a polícia na última quinta-feira (2/12), estranhando o sumiço da filha e afirmando que ela nunca tinha pego um Uber.

Na delegacia, a mãe de Giovanna relatou que eles brigavam e que, em uma ocasião, ele feriu a cabeça de Giovanna com um golpe com um celular. A partir da fala da mãe, os investigadores entraram em contato com Leandro. Após localizá-lo, a perícia foi até a casa dele e encontrou vestígios de sangue no armário e  em roupas, levantando a suspeita de que algo teria ocorrido no local. Além disso, os policiais estranharam que Leandro apresentava arranhões pelo corpo.

Ele foi encaminhado, por volta das 15h, à delegacia e, durante a entrevista, Leandro argumentou que havia sido cachorros da chácara do avô. "De acordo com as informações que foram nos passando, nós encontramos várias contradições. Até que no final do dia, já com o advogado e a família na delegacia, ele disse onde teria ocultado o corpo", informou o delegado.

Ele afirmou, ainda, que, no primeiro momento, Leandro se demonstrou colaborativo. "Só que a história dele não era verdadeira. Quando ele confessou o crime, por volta de 1h, que já havia sido feita a perícia e as diligências, ele não quis mais falar. Ele apenas assumiu a autoria do crime", acrescentou. Segundo Farias, o suspeito se mostrou uma pessoa fria, "muito calmo aqui na delegacia.”

Após encontrarem o corpo de Giovanna,Leandro foi autuado em flagrante pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil, feminicídio e ocultação de cadáver. A pena pode chegar a 30 anos de prisão. Leandro foi preso quando adolescente por roubo e uso e porte de drogas.

O crime

Antes do crime, o casal estava na casa de Leandro e teve uma discussão por ciúmes. Durante a briga, o acusado cortou o pescoço da vítima com uma faca. De acordo com o delegado Gustavo Farias Gomes, ele cometeu o crime possivelmente na noite de domingo (28/11) e o corpo só foi desovado na manhã do dia seguinte.

"Ele ficou com o corpo lá a noite toda. Pela manhã, ele ligou para um amigo e pediu o carro emprestado, foi de moto até uma oficina em Samambaia, deixou a moto lá e pegou o carro. Voltou e posteriormente levou o corpo da Giovanna para esse matagal e depois entregou o carro para o rapaz, que não sabia do crime."


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