Após cometer um assassinato a sangue frio em Corumbá de Goiás, no último domingo (28/11), e fugir para Alexânia, Wanderson Mota Protácio, 21 anos, visitou uma Assembleia de Deus na cidade.
O pastor Reginaldo Santos conta que o criminoso sentou nos últimos bancos da igreja, por volta de 20h40, quando o culto já havia terminado. "Ele chegou meio perturbado. Eu disse que ele precisava procurar Deus para a vida dele. Perguntei onde ele estava morando e falei para procurar uma igreja que ficasse perto para congregar", detalha.
O pastor confessou que não teve tempo de conversar com Wanderson. "Não sentei com ele porque precisava levar uma senhora para casa, porque ela tem problema de visão. Mas ele disse que estava precisando de oração, de uma benção de Deus", conta.
O líder religioso descobriu o crime somente no dia seguinte, segunda-feira (29/11), quando viu as notícias. "Fiquei imaginando o risco de ele praticar alguma coisa contra a gente, na igreja", relata.
Conhecido
Em Alexânia, um outro morador relata já ter visto Wanderson pelas redondezas. Quem tinha alguma proximidade confidencia que o apelido dele era "Já Morreu". "Era muito magro. Todo mundo chamava ele assim", diz Mauro Pereira, 47 anos, morador de Alexânia e microempreendedor.
Mauro relata que conheceu os pais de Rariane Aranha, 19 anos, assassinada por Wanderson. "Eu e o pai dela fomos criados praticamente juntos. Isso que ele fez foi de uma crueldade. Matar a menina assim. Vi a Rariane pequenininha, quem ia desconfiar de uma coisa dessas?", questiona.
De acordo com Mauro, nas poucas vezes que viu Wanderson, ele parecia ser tranquilo. O mesmo relato é dado pela gerente do supermercado Bom Preço, Irani Rosa dos Santos, de 54 anos.
"Ele chegou a vim no mercado uma ou duas vezes. Comprava as coisas e saia. Uma pessoa que parecia normal", conta.
Buscas
Apesar disso, alguns outros moradores da cidade sequer ouviram falar do caso. O clima de Alexânia continua tranquilo e a população segue a rotina de trabalho. "Aqui tá tudo tranquilo, nada de receio. Só vim saber do caso na terça-feira. Antes disso, nem sabia", detalha a atendente Edna Diniz, 43 anos, moradora de Alexânia.
Heditarley Ribeiro de Andrade, conhecido como Paquinho, 48 anos, açougueiro e morador da cidade, destaca a importância de continuar a seguir o ritmo. "A gente não pode parar por causa disso. E as buscas estão longe, então, continuamos a vida ao normal. Não mudei nada da minha rotina", afirma.
De acordo com informações das forças de segurança o patrulhamento em Alexânia está normal, sem reforços em buscas pela cidade.
Entenda
Wanderson é apontado como o principal suspeito de matar, no último domingo (29/11), a namorada grávida de quatro meses; a enteada de 2 anos e 9 meses; e um fazendeiro de 73 anos, com um tiro na cabeça, em Corumbá de Goiás. As buscas mobilizam 70 policiais civis, militares e rodoviários federais em Abadiânia, município distante 34km de Corumbá.
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