Saúde

Casos de infecções sexualmente transmissíveis aumentam entre jovens do DF

Os dados foram apresentados na pesquisa Panorama das notificações de infecções sexualmente transmissíveis entre jovens do DF, da Codeplan. Boletim avalia as ocorrências de HIV, Aids, hepatites virais, sífilis adquirida, sífilis congênita e sífilis da gestação

Renata Nagashima
postado em 01/12/2021 15:39 / atualizado em 01/12/2021 15:40
 Dia Mundial de Luta contra a Aids. Em 2020, 690 moradores do DF receberam o diagnóstico positivos para infecção pelo HIV  -  (crédito: Getty Images)
Dia Mundial de Luta contra a Aids. Em 2020, 690 moradores do DF receberam o diagnóstico positivos para infecção pelo HIV - (crédito: Getty Images)

A maior prevalência de infecção de HIV e Aids no Distrito Federal é entre jovens de 19 a 29 anos. Nos últimos anos, a número de novos casos de soropositivos e pessoas que desenvolveram a doença tem apresentado queda no DF, segundo dados apresentados pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). Em 2020, foram 690 ocorrências registrados na capital do país. No entanto, houve 96 óbitos. Em 2021, até novembro, a pasta listou 581 infecções pelo vírus e 76 mortes de pacientes com Aids. De 2016 a 2020, foram diagnosticados, em média, 701 ocorrências por ano e 306 novos casos de Aids. Já os óbitos,, a média nesses cinco anos foi de 105.

Em contrapartida, o número de casos de infecção pelo HIV aumentou entre jovens de 20 a 29. No estudo, foi observado um crescimento de 25,5%, em 2019, para 28,2%, em 2020. Entre os diagnósticos de Aids notificados no mesmo período, pessoas de 20 a 29 anos (26,2%) são maioria, seguidas pela população de de 30 a 39 anos (24,7%) e de 40 a 49 anos (26,1%).

A pesquisa “Panorama das notificações de infecções sexualmente transmissíveis entre jovens do DF”, feita pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), a pedido da Secretaria de Juventude do Distrito Federal (Sejuv), reúne dados sobre infecções sexualmente transmissíveis (IST) entre jovens de 12 a 29 anos e revela a evolução de casos no Distrito Federal, colocando em alerta as autoridades de saúde.

A pesquisa fez uma análise do perfil sociodemográfico e epidemiológico das notificações de HIV, Aids, hepatites virais, sífilis adquirida, sífilis congênita e sífilis da gestação, entre 2007 e 2017. O estudo, dividido entre as faixas etárias de 12 a 18 anos, 19 a 24 anos e 25 a 29 anos, apontou que a maioria dos casos de HIV são entre os jovens de 19 a 24 anos, registrando 1.819 casos entre 2007 e 2017. Já no caso da Aids, a maior prevalência é entre jovens de 25 e 29 anos, com 2.155 casos da doença dentro do mesmo período.

Em relação a hepatites virais 39,4% dos casos são entre pessoas de 25 a 29 anos. Já a sífilis adquirida teve prevalência entre aqueles que tem de 19 a 24 anos (45,3%).  Em gestantes, o número foi de 47,4% entre mulheres de 19 a 24 anos. A maior prevalência é de sífilis congênita entre bebês de mães de 19 a 24 anos (47,7%).

As regiões administrativas que apresentaram maior proporção de notificações de ISTs no período analisado foram a Cidade Estrutural e Sobradinho. A quantidade de notificações representa mais de 2% da população entre 12 e 29 anos em ambos os locais com alguma infecção sexualmente transmissível. As menores proporções de notificações ocorreram em Sobradinho II e Jardim Botânico (menor que 0,1% da população estudada).

De acordo com os dados apresentados, a maior parte das notificações refere-se a pessoas menos escolarizadas, indicando que a educação e a escola possuem papel significativo na disseminação da informação sobre infecções sexualmente transmissíveis e sobre a prevenção.

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também foram apresentados pela Codeplan. Segundo as informações, aproximadamente um em cada três jovens escolares do 9º ano do DF iniciou a vida sexual, o que reforça a indicação por ações de educação sexual pelo poder público, pela sociedade e pela famílias.

Segundo a Secretaria de Saúde, os dados auxiliarão a pasta a desenvolver políticas para a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e redução do aumento de casos entre jovens do Distrito Federal.

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