Violência

Filho pediu socorro a vizinhos antes da tragédia

Homem que matou a esposa, o enteado e se suicidou na sequência teria oferecido dinheiro ao menino de 14 anos, para que fugisse do local antes do assassinato

O homem que matou a esposa, o enteado e, depois, suicidou-se ofereceu dinheiro para o filho fugir do local do crime antes de o agressor tirar a própria vida. O caso ocorreu na madrugada de segunda-feira (29/11), no bairro Parque da Barragem, em Águas Lindas (GO), Entorno do Distrito Federal. "Ele (o filho) saiu para pedir ajuda aos vizinhos, que acionaram a PCGO (Polícia Civil de Goiás)", afirmou o delegado-chefe do Grupo de Investigação de Homicídio (GIH) da cidade, Vinícius Máximo da Silva.

O suspeito morava na mesma residência das duas vítimas. Segundo o delegado, seis pessoas estavam na casa no momento da tragédia: o agressor, identificado como Lucimar Alves Dias, 45 anos; a esposa dele, Irene Viana Dias, 47; o enteado Jaylson Paiva Dias, 11; o filho do acusado, o menor de 14; além de duas crianças.

Em relato aos policiais, o menino disse que o casal tinha um relacionamento conturbado. No dia do crime, antes de o clima ficar hostil, os dois começaram uma discussão. Lucimar xingou a companheira e a agrediu fisicamente. "O filho dele tentou intervir quando o pai falou que não aguentava mais ser humilhado", detalhou Vinícius Máximo da Silva.

O delegado-chefe do GIH de Águas Lindas acrescentou que, após a discussão, o adolescente foi a um quarto da casa para tirar as duas crianças do imóvel e impedir que elas presenciassem a briga. Em seguida, pediu socorro aos vizinhos, que chamaram a polícia. Os investigadores encontraram os três corpos, lado a lado. Irene apresentava diversos ferimentos provocados por faca, enquanto a criança e o companheiro dela tinham cortes no pescoço.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado por volta da 0h50 para atender a ocorrência. Quando chegou ao local, a equipe constatou a morte de Irene, Jaylson e Lucimar. Os vizinhos do casal informaram que a família era religiosa e que tinha acabado de chegar da igreja antes do crime. No entanto, destacaram que o agressor era "extremamente ciumento" e que a relação dele com a companheira era conturbada. O caso foi registrado como feminicídio e homicídio qualificado.

Saiba Mais

O delegado orienta que, em casos como esse, as pessoas telefonem imediatamente para a Polícia Militar, pelo número 190, ou para a Polícia Civil (191). "O conselho é tentar ligar o quanto antes e, dependendo da gravidade da ocorrência, não gravar imagens, para não incitar o agressor (a cometer mais crimes)", destacou Vinícius Máximo.

 

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PCGO/Divulgação - Delegado de Águas Lindas de Goiás (GO), Vinicíus Máximo da Silva, apura o caso