Pouco mais de três meses após ser liberada da Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF) por perseguir o ex-namorado, a policial civil do DF Rafaella Motta voltou a cometer crimes e esfaqueou o homem com um canivete, na madrugada de ontem. Em agosto, a servidora teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e ficou na Colmeia, mas foi solta dias depois.
A policial teve a arma recolhida pela Corregedoria da PCDF, no entanto costumava andar com spray de pimenta e canivete. No sábado, por volta das 23h, Rafaella marcou para sair com o atual namorado e estacionou o carro a três ruas de distância da casa do ex, no SOF Norte.
Defesa
Em depoimento, o homem contou que Rafaella invadiu a residência e furou dois pneus do carro dele. A vítima teria ido atrás dela, quando foi atingida com dois golpes de canivete nas costas e uma mordida no peito. O caso é investigado como lesão corporal. A vítima passa bem.
Na delegacia, Rafaella assinou um termo circunstanciado de ocorrência (TCO) e foi liberada. Em defesa, ela alegou que passou ocasionalmente pela rua do ex, quando ele tentou correr atrás dela. Relatou que tentou fugir e, "assustada", pegou o canivete na bolsa, afirmando que o ex pulou sobre ela para imobilizá-la e acabou se lesionando. Questionada sobre ter furado os pneus do carro, a mulher rebateu que não tem envolvimento com o dano e acredita que o próprio ex fez isso para incriminá-la.
Em nota, a PCDF confirmou que a acusada pertence aos quadros da instituição e responde a Processo Administrativo Disciplinar (PAD) na Comissão Permanente de Disciplina (CPD) e a diversos procedimentos na Corregedoria Geral de Polícia (CGP). A corporação destacou que a servidora está afastada das funções por licença médica. "Ela teve suas armas recolhidas e a sua restrição será formalmente comunicada ao Juízo", frisou o texto.
Ocorrências
Rafaella foi presa em 3 de agosto após invadir a Corregedoria da PCDF, no Departamento de Polícia Especializada (DPE), para tentar impedir o depoimento do ex-namorado, o mesmo lesionado com canivete. Três dias depois, ela teve a prisão preventiva decretada pela Justiça por falsidade ideológica e coação.
Em 2018, a policial ameaçou um homem com quem namorava, segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A vítima relatou que conheceu a agente por meio de um aplicativo de relacionamento. Após desentendimentos entre o casal, o companheiro quis romper a relação, mas ela não aceitava o término e ligava insistentemente para ele.
Em 10 de março daquele ano, a agente esteve no endereço dele, onde ficou por várias horas e só saiu depois de a vítima aparecer e dizer que os dois poderiam se encontrar no dia seguinte. Em uma das ocasiões, a policial o ameaçou.
Rafaella Motta foi condenada pela Justiça nesse processo e recebeu pena de restrição de direitos, podendo responder em liberdade. A reportagem tentou contato com a agente, mas não teve retorno até o fechamento desta edição. (DD)